O Nosso Mundo - Florbela Espanca

Eu bebo a Vida, a Vida a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno,
Poisando em ti o meu amor eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos!

Os meus sonhos, agora são mais vagos...
O teu olhar em mim hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e pressagos!

A Vida, a Vida, amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hêmos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, amor?... As nossas bocas juntas!...

Florbela Espanca in Perdidamente


Opinião
Viciante. Lógico. Cativante.
“Enxofre” é um livro que segue todas as regras de como um bom policial deve ser. Tem mistério; a acção desenrola-se em locais que possuem algum misticismo; os personagens são cativantes, excêntricos e marcantes; o início é turbulento, como se não houvesse solução à vista; e, no fim, tudo encaixa que nem uma luva.
Esta saga de Preston e Child já vai longa, mas nem por isso me parece que seja necessário segui-la pela sua ordem natural. Pelo menos eu não o fiz, e a forma como a narrativa está construída não impediu que eu gostasse e quisesse ler mais livros dos autores.
São autores a continuar a ler e a seguir, porque são bons naquilo que desenvolvem. Não sendo eu viciado em policiais, gosto de ler um de vez em quando e, de facto, este livro é excelente para quebrar a rotina da leitura de exemplares de outros géneros.

Sinopse
Por detrás do gradeamento de uma luxuosa propriedade de Southampton, Long Island, o agente do FBI Pendergast descobre um crime hediondo de origem aparentemente sobrenatural. Num dos quartos da imensa casa, jazem os restos fumegantes de um crítico de arte detestado por muitos, em cujo peito se pode ver a marca de uma cruz derretida. O desenho de uma pata fissípede no soalho da casa e um estranho odor a enxofre trazem à memória os horrores lendários que costumam vitimar os que celebram pactos com o diabo.
Uma equipa de investigadores passa Nova Iorque a pente fino na esperança de que o crime tenha uma explicação simples. Mas a investigação conduzi-los-á dos clubes privados e dos apartamentos luxuosos de Manhattan para Florença, onde, trinta anos antes, quatro homens celebraram entre si um pacto abominável.
Opinião
Intrigante. Fiel. Inovador.
Jack London foi um visionário, disso ninguém duvida. Dá a sensação que cada livro que tenha escrito só podia ter sido idealizado por ele. Há, felizmente, autores que deixam esta marca.
“Agência de Assassinos” tratar-se-á porventura de um dos livros mais inocentes e fieis a uma integridade moral que London concebeu. Trata-se de um livro onde só existe preto e branco e onde não existem barreiras para se fazer aquilo que tem de ser feito quando se acredita numa ideologia, sendo ela cega e impossível de ser adaptada a qualquer realidade.
Jack London oferece pureza à mente humana e incide a sua narrativa em homens movidos por uma motivação impossível de ser desvirtuada e interpretada em função dos acontecimentos. Com isto ele toca em dois pontos extremos e sensíveis: até onde vai aquele que verdadeiramente acredita e se dedica a uma ideologia e quão ilógica acaba por se revelar uma acção quando esta mesma ideologia não é adaptada à especificidade de uma situação particular.
“Agência de Assassinos” é, a meu ver, um bom livro e viciante, primeiro pela forma como a agência nos é explicada, depois pela forma como ela reage ao seu próprio fim.
E não é por acaso que dei por mim a associar esta obra escrita há tantos anos às agências governamentais de espionagem mais poderosas, assim como às actividades terroristas dos grupos mais fanáticos que povoam o planeta.

Sinopse
Um grupo de justiceiros que se arrogam o poder de eliminar seres prejudiciais à sociedade acaba por se auto-aniquilar, levado pela lógica implacável da justiça. Nesta estranha fábula, que é também mais uma das suas trepidantes histórias de aventuras e viagens, Jack London mostra o que acontece quando as ideias e convicções se tornam mais fortes que o instinto de sobrevivência. E deixa uma mensagem: "O mundo tem de reconhecer que a justiça é uma responsabilidade colectiva."



Esta semana estamos a ler:
 



E por aí? Por que livros se fazem acompanhar?

4ª leitura conjunta no blogue

Ganhou "Os Homens que Odeiam as Mulheres" de Stieg Larsson, com 63% dos votos.



O primeiro volume da trilogia Millennium será.

Os comentários ao livro serão colocados na
segunda semana de Fevereiro de 2014


Contamos com vocês para lerem a obra e partilharem connosco as vossas opiniões.

Até lá boas leituras!!
Há uns mesitos assistimos ao grande lançamento de 

O Homem de Constantinola
de José Rodrigo dos Santos

pela módica quantia de...
19,80 €


e agora...
mesmo antes do Natal, sai o segundo volume!!!!
19,80 também...


Será que o 3º volume é editado antes do dia 25 de Dezembro???


Quanto à "mama", não somos nós que beneficiámos como acontece na YORN obviamente!!!
Aqui quem "mama" são outros!

Homenagem a Doris Lessing

Por acaso tinha começado a ler "A Boa Terrorista", uma publicação da Europa-Amérca, três ou quatro dias antes de ela falecer.

Permanecerá a obra, que é o máximo a que qualquer ser humano pode alguma vez aspirar.



Estamos a ler:


E vocês?

A Luz dos Livros (Bookshop)




Os Anjos Morrem das Nossas Feridas
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 336
Editor: Bizâncio
ISBN: 9789725305386
Coleção: Montanha Mágica


«Magnífico! Simplesmente.»
Le Figaro

Dizia chamar-se Turambo, o nome da sua miserável terra na Argélia, onde nascera nos anos de 1920. Tinha uma candura desarmante e um gancho esquerdo imbatível. Frequentou o mundo dos ocidentais, conheceu a glória, o dinheiro, o frenesim dos ringues de boxe, e todavia nenhum troféu movia mais a sua alma do que o olhar de uma mulher. De Nora a Louise, de Aïda a Irène, procurava um sentido para a sua vida. Mas num mundo onde a cupidez e o êxito reinam como senhores absolutos, o amor corre por vezes grandes riscos.


Através de uma extraordinária evocação da Argélia de entre guerras, Yasmina Khadra apresenta, mais do que uma educação sentimental, o percurso obstinado de ascensão e queda de um jovem prodígio, adorado pelas multidões, fiel aos seus princípios, e que apenas queria ser senhor do seu destino.

Livros do autor comentados aqui no blogue:




Para a 4ª leitura conjunta, propomos os seguintes títulos:

Os Homens que Odeiam as Mulheres - Stieg Larsson
A Boneca de Kokoschka - Afonso Cruz
Os Enamoramentos - Javier Marías
Esta Noite Não Aconteceu - Sónia Alcaso

Podem votar até ao dia 20 de Novembro através da barra lateral.
Vocês escolhem, leremos em conjunto.






Opinião da Paula:

A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol é um livro profundo não só pela história que narra, mas essencialmente porque toca-nos de forma muito especial.


Rio Tedorigawa

Hajimi, que em japonês significa princípio, é o nosso narrador, é pai de 2 filhas, casado com Yukiko. Apesar da sua vida estável, jamais esqueceu as duas mulheres que o marcaram na infância - Izumi e Shimamoto. Com uma revelou a sua maldade, com a outra tudo o que havia de mais puro em si.



(The Star-Crossed Lovers, Duke Ellington)

Porém, o que vive com a sua família é um estado intermédio, é um espaço suspenso, onde os sentimentos são estáveis - não há sonhos, não há desilusões, nem emoções.
A falta de algo instala-se, assim como na lenda da histeria siberiana...



(Pretend, Nat King Cole)

Confesso que fiquei lendo esta narrativa e pensando: "este é dos livros mais certinhos do autor. 
Certinho, no sentido de não haver muitas pontas soltas". Em Murakami, nós experimentamos a magia do que é estranho, do que (aparentemente) não faz sentido e no início senti falta disto. Até que na recta final houve uma explosão de toda esta escrita maravilhosa do autor... o objectivo revelou-se e revelou-se muito especial, o que torna este livro inesquecível!!

Foi com um enorme sorriso que fechei o livro



Viver para sempre a Sul da Fronteira será viver uma vida oca... 
Caminhar para Oeste do Sol será fatal!

Adorei e recomendo!!


Opinião do Vasco:
Maravilhoso. Intenso. Simbólico.
Sou fã de Murakami. Acho-o um dos melhores. E este livro não escapa àquilo que tenho achado dos outros que li: divinal.
Todos os livros produzidos pelo autor têm a sua marca, algo que facilmente se detecta dos restantes escritores. São características únicas, várias, que fazem com que seja adorado por uns e desprezado por outros.
Pois em “A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol” encontrei algo que também existe noutras obras, mas que nesta ganha outra dimensão, outra magia. Esta é de facto uma história mágica, daquelas em que se sente que tudo está errado, mas que não podia estar mais certo. As vidas que se encontram e desencontram em função do destino, ora traçado, ora procurado; as memórias que vão e vêm com as aparições, com a realidade, com os fantasmas, com os sonhos, com os medos; o passado que faz com que o futuro seja um desejo; um momento que dura mais do que uma eternidade perdida; tudo isto faz parte da magia, da vida que estas páginas nos emprestam.
Esta é uma obra que fala de duas histórias que nunca se cruzarão e de um amor feito de detalhes, de pequenas partículas, que compõem algo que jamais se poderá explicar, algo grandioso e impossível de não ser vivido.

Genial.  

Opinião:

Forte. Curioso. Agradável.
Este é um livro com uma escrita bastante simples. No início achei-o em demasia, confesso. Contudo, com o passar dos parágrafos e da acção, relativamente lenta mas que se restringe ao essencial, toda essa simplicidade acaba por ir ao encontro daquilo que é a realidade descrita. O personagem principal cobre todo o enredo com toda a sua astúcia e vontade de fazer algo que nem ele saberá ao certo.
"Homens em Armas" acaba por possuir uma intensidade bem enraizada na história pelo facto de sentirmos constantemente o desnorte e a inadaptação do protagonista, descartado daquilo que sempre soube fazer na vida. Após anos dedicados ao exército, ele vê-se cuspido para uma sociedade à qual nunca chegou a pertencer.
O livro transporta-nos para as ruas do México e, fundamentalmente, para uma vivência com muitas escolhas mas sem grandes soluções.

Sinopse:
“Uma verdadeira descoberta e um magnífico romance que convida à reflexão”El País, México Os membros do pelotão puseram-lhe a alcunha de Robocop. Mede um metro e noventa, pesa quase cem quilos e é um dos combatentes mais ferozes. Era sargento numa tropa de assalto mas, quando a guerra terminou e se assinaram os acordos de paz entre a guerrilha e o governo de uma nação da América Central, foi desmobilizado. Os únicos bens que conservou quando se reintegrou numa suposta vida civil foram três espingardas, oito granadas defensivas, a sua pistola de nove milímetros e um cheque equivalente a três meses de salário. Que fazer? Como os fracos não sobrevivem, Robocop continuará a dedicar-se ao único trabalho para que foi preparado: lutar. E assim virá a converter-se em membro de diferentes bandos de delinquentes que operam como comandos altamente especializados no ambiente de uma delicada transição política. Bandos onde a lealdade é apenas provisória e a traição sempre iminente.

Estamos a ler...



E vocês, que mundos andam visitando??
Opinião:
Esta é uma narrativa doce, calma, com um ligeiro travo "agri" tal como um bolo de limão!
Quem nos conta a história é Rose que experimenta, na sua infância, algo estranho - as sensações dos outros. Esta personagem dá-nos conta não só da sua infância, mas também da infância do seu "estranho" irmão e do seu amigo. A sua família, é sem dúvida, uma família diferente! E esta é uma leitura que atrai pela imprevisibilidade dos acontecimentos e entretém o leitor, sem grandes pretensões.
Confesso que gostei, mas não me apaixonei!

Sinopse: 
Na véspera do seu nono aniversário, a delicada Rose prova o bolo de limão com chocolate que a mãe fizera e descobre ser dona de um dom mágico: consegue percecionar as emoções da mãe ao saborear aquela fatia de bolo. Para seu grande espanto, experimenta desespero na aparente alegria da mãe.
Em pouco tempo, torna-se conhecedora de alguns segredos, daqueles que a maioria das famílias preferiria manter guardados: o afastamento do pai, a transgressão da mãe e o isolamento cada vez maior do irmão.

O "diabo" dos nomes!

Há títulos de livros que não lembram nem ao diabo, mas este é caso para se dizer que também há nomes de autores na mesma situação...

Chimamanda Ngozi Adichie o.O


Já vos aconteceu alguém perguntar o que estão a ler e propositadamente ocultarem o nome do autor?

A mim já!
Opinião:
Esta é uma narrativa maravilhosa sobre o percurso da vida e de como tudo acontece com algum propósito, mesmo que este propósito, às vezes, termine em tragédia! No entanto, ficam os momentos inesquecíveis que sobrevivem a outros menos felizes. São aqueles que serão recordados para todo o sempre e que terão valido o esforço de uma vida, de duas ou três...

" a vida só começa a fazer sentido quando nos damos conta que por vezes - o tempo todo - duas ideias completamente contraditórias podem ser verdade. Tudo o que conduziu a ti estava errado. Portanto tu não deverias ter nascido. Mas tudo em ti está certo: portanto tu tinhas de nascer, tu eras inevitável"*

Esta é uma história impregnada de amor, expiação, perdão e destino.
Posso dizer que Jonathan Coe, é dos melhores autores que tenho lido este ano!
Aconselho!!

Sinopse:
Um dia, Rosamond fez um pacto de sangue com a sua prima Beatrix. Eram ambas crianças e, ainda que por motivos diferentes, solitárias e carentes. Rosamond nunca poderia imaginar até que ponto aquele momento seria decisivo para a sua vida. Sedenta de atenção, Beatrix vai protagonizar uma tragédia cujos efeitos nunca poderia prever, arrastando consigo a prima, cujo destino está fatalmente ligado ao seu. Mais de meio século depois, Rosamond morre, sozinha, no isolamento da sua casa no campo. Para trás deixa um enigmático conjunto de cassetes, alguns álbuns de fotografias e o inesperado nome de uma pessoa que ninguém vê há mais de vinte anos

A Chuva Antes de Cair retrata de modo comovente a natureza fugaz do amor e da felicidade. Mas, acima de tudo, é uma magistral reflexão sobre a maternidade, a memória e o poder da verdade.

*Excerto retirado da referida obra

Momentos Nonsense #5



Há muito tempo que uma dúvida vagueia pelo meu cérebro, órgão esse possuidor certamente de uma dimensão pouco generosa. Digo que é pouco generosa, pois se assim não fosse eu saberia a resposta para a seguinte questão:
porque é que as pessoas falam com os bebés como se fossem - bebé e adulto - seres de raciocínio lento, para não chamar outra coisa?
Os bebés não falam, ainda, a nossa linguagem... Check... Ok, não é assim que nos perceberão, bem pelo contrário.
Ao interagirmos dessa forma estamos a estimular a criança e a captar a sua atenção... Check... Muito bem, mas se regarmos a nossa cabeleira com gasolina e lhe atearmos fogo certamente causará tanto ou mais impacto.
Passa a haver uma relação de interacção entre o adulto e o bebé... Check... Sabendo que os bebés - e muitos adultos também - têm tendência a imitar-nos talvez esteja explicada, em parte, as dificuldades dos nossos jovens em falar e escrever português. 
Posto isto, vou ver se passo pela biblioteca municipal para averiguar o que dizem os peritos acerca das vantagens desta forma de estar da maior parte dos adultos para com as crianças. Certamente haverão imensas. Afinal, existe um micro cérebro deste lado.




Esta semana estamos a ler...


E vocês, que livros têm nas vossas mãos esta semana?

Quem é quem desvendado XIII

Pois é!! A menina escritora do "Quem é quem? XIII" é 

Margaret Atwood


As imagens foram retiradas daqui 

Sobre a escritora aqui
Opinião:
Não sendo eu uma fã de policiais, este livro agarrou-me (e de que maneira). E porquê? Porque apesar de nos levar a pensar que é um policial - pela sua sinopse - este livro é mais do que isso. É essencialmente uma narrativa que nos fala de livros, de escritores, da amizade, da vida em sociedade e depois de tudo isto é também um policial!
O autor tem uma escrita muito envolvente e tece nesta estória uma filigrana de acções que nos confundem e maravilham!!
Gostei especialmente do personagem Harry e dos conselhos que dá ao seu aluno escritor.
É um livro que recomendo e que após ler as primeiras páginas não o conseguimos largar! Para mim foi uma leitura excelente!

Sinopse
Verão de 1975. Nola Kellergan, uma jovem de quinze anos, desaparece misteriosamente da pequena vila costeira de Nova Inglaterra. As investigações da polícia são inconclusivas. Primavera de 2008, Nova Iorque. Marcus Goldman, escritor, vive atormentado por uma crise da página em branco, depois de o seu primeiro romance ter tido um sucesso. Junho de 2008, Aurora. Harry Quebert, um dos escritores mais respeitados do país, é preso e acusado de assassinar Nola, depois de o cadáver da rapariga ser descoberto no seu jardim. Meses antes, Marcus, discípulo de Harry, descobrira que o professor vivera um romance com Nola, pouco tempo antes do seu desaparecimento. Convencido da inocência de Harry, Marcus abandona tudo e parte para Aurora para conduzir a sua própria investigação.

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