Opinião
Intrigante. Fiel. Inovador.
Jack London foi um visionário, disso ninguém duvida. Dá a sensação que cada livro que tenha escrito só podia ter sido idealizado por ele. Há, felizmente, autores que deixam esta marca.
“Agência de Assassinos” tratar-se-á porventura de um dos livros mais inocentes e fieis a uma integridade moral que London concebeu. Trata-se de um livro onde só existe preto e branco e onde não existem barreiras para se fazer aquilo que tem de ser feito quando se acredita numa ideologia, sendo ela cega e impossível de ser adaptada a qualquer realidade.
Jack London oferece pureza à mente humana e incide a sua narrativa em homens movidos por uma motivação impossível de ser desvirtuada e interpretada em função dos acontecimentos. Com isto ele toca em dois pontos extremos e sensíveis: até onde vai aquele que verdadeiramente acredita e se dedica a uma ideologia e quão ilógica acaba por se revelar uma acção quando esta mesma ideologia não é adaptada à especificidade de uma situação particular.
“Agência de Assassinos” é, a meu ver, um bom livro e viciante, primeiro pela forma como a agência nos é explicada, depois pela forma como ela reage ao seu próprio fim.
E não é por acaso que dei por mim a associar esta obra escrita há tantos anos às agências governamentais de espionagem mais poderosas, assim como às actividades terroristas dos grupos mais fanáticos que povoam o planeta.

Sinopse
Um grupo de justiceiros que se arrogam o poder de eliminar seres prejudiciais à sociedade acaba por se auto-aniquilar, levado pela lógica implacável da justiça. Nesta estranha fábula, que é também mais uma das suas trepidantes histórias de aventuras e viagens, Jack London mostra o que acontece quando as ideias e convicções se tornam mais fortes que o instinto de sobrevivência. E deixa uma mensagem: "O mundo tem de reconhecer que a justiça é uma responsabilidade colectiva."

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