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Opinião:
O Estranho Ano de Vanessa M, relata-nos os acontecimentos na vida de Vanessa durante um ano.
Vanessa é casada, tem uma filha e um emprego estável, mas sente-se infeliz com tudo à sua volta, sente essencialmente falta daquilo que não viveu.
Durante um ano, Vanessa vai arriscar, vencer e também perder. Vai reflectir sobre o que deixou e sobre o que conquistou, com ela os leitores também poderão fazer esta reflexão.
Filipa Fonseca nesta narrativa aborda as relações humanas e a sua complexidade de uma forma bastante simples, real e um tanto previsível. 
Trata-se de uma leitura agradável, sem dúvida, faz-se rápida e ligeira, contudo eu esperava mais. Talvez porque as minhas expectativas para com este romance fossem muito elevadas. Penso que o publico mais jovem o apreciará bastante!

Sinopse:
Quando entrou no carro naquela tarde de Inverno, Vanessa não sabia que estava a embarcar numa viagem sem retorno. Uma viagem interior, que pôs em causa todas as suas escolhas e, acima de tudo, toda uma vida construída em torno das expectativas e opiniões dos outros.
Fluido, divertido e fresco, O Estranho ano de Vanessa M. conduz-nos nessa autodescoberta de 365 dias e faz-nos reflectir sobre o poder que temos de, a qualquer momento, colocar tudo em questão, através de episódios trágicos e cómicos que envolvem uma mãe controladora, uma tia hippie, um casamento entediante, um chefe insuportável e uma amiga que não sabe quando se calar. Porque a busca da felicidade não tem prazo e a chave para abrir essa porta está dentro de nós.
Uma nova voz irrompe na cena literária portuguesa, leve, despretensiosa, crua, divertidíssima e incrivelmente humana.
Filipa Fonseca Silva, é a nossa convidada. Acho que todos já a conhecem, foi a primeira autora portuguesa entrar para o top 100 da Amazon com a obra "Os 30 - Nada é Como Sonhámos. A Bertrand publicou este mês "O Estranho Ano de Vanessa", o seu segundo romance. A Filipa nasceu no Barreiro e actualmente vive em Lisboa.





O Livro” aquele que para mim é único – “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago




Há incontáveis livros que fazem parte da minha vida, desde “As Fábulas de La Fontaine” e os contos dos irmãos Grimm, que “lia” na infância, aos livros da Alice Vieira, que comecei a devorar por volta dos oito anos, à Isabel Allende ou à Marion Zimmer Bradley, cujas heroínas me deliciavam na adolescência, e tantos clássicos da literatura que foram enchendo a minha estante e o meu imaginário, e onde têm papel de destaque Eça de Queirós, Dostoievsky, Kafka ou Garcia Marquez. Contudo, há um livro que me marcou profundamente e que nunca mais me saiu da cabeça: o “Ensaio sobre a Cegueira”.
Até ao Verão de 2007 costumava dizer que não gostava de Saramago. Gostava das crónicas, mas não conseguia ler os seus romances. Penso que foi trauma de jovem de 18 anos, com a mania que conseguia ler tudo, e que se atirou ao "Memorial do Convento" sem preparação. Só que às tantas, esse facto começou a incomodar-me e a envergonhar-me até. Como não ler Saramago? Que falha imperdoável numa leitora voraz, que, ainda por cima, desde criança sonhava em dedicar-se à escrita!
Assim, comecei por perguntar a amigos que eram fãs do escritor, que livro me aconselhavam para iniciar a minha viagem saramaguiana e, aproveitando umas férias de três semanas, levei o “Ensaio” na bagagem, decidida a lê-lo custasse o que custasse.
E custou-me muito. Custou-me ver ali retratada toda a humanidade ou falta dela. Custou-me ver o melhor e o pior dos seres humanos. Custou-me sair daquela prisão, daquele supermercado, daquela casa onde todos partilhavam a mesma banheira. Mas ler, avançar pelas páginas, apreciar cada escolha de palavras, cada sentido despertado, cada personagem, não custou mesmo nada. Pelo contrário, foi um prazer intenso e difícil de igualar.
Desde então, decidi ler um Saramago por ano, até conseguir ler toda a sua obra. E a cada um que leio cresce a certeza de que Saramago é e será sempre um dos maiores escritores da história da literatura. Ainda não cheguei nem a metade da vasta obra que felizmente nos deixou, e o “Memorial” continua a desafiar-me na prateleira, mas não preciso ler nenhum outro para poder afirmar que o “Ensaio sobre a Cegueira” é “O Livro”.

Filipa Fonseca Silva

Foto by Vera Marmelo

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