...viajar pela leitura...

Já tinha mencionado este livro numa entrevista anteriormente. Porém, não posso assumir outro que não ‘O Padrinho’, de Mario Puzo, como o livro da minha vida. Já li ficções que gostei tanto ou mais do que esta. Mas ‘O Padrinho’ foi o livro que me agarrou definitivamente à leitura, aquele que fez com que, a partir de certa altura da minha vida, não existisse noite que passasse sem que um livro pousasse na minha mesinha de cabeceira. 

‘O Padrinho’ é um livro cheio de acção e descrição. É inovador por destapar um submundo e audaz por chamar nomes a coisas e actos antes desconhecidos. O autor, que já havia escrito alguns livros sem grande sucesso, assumiu a dada altura que resolveu narrar uma história que não lhe dizia tanto quanto outras mas que poderia vender se bem documentada. Na verdade foi mesmo. Era eu adolescente quando o folheei, e qual o adolescente que rejeita pôr a vista em cima daquilo que não lhe está facilmente acessível, como crime, violência, assassinato, jogo de poder ou traição?

Trata-se de um livro muito bem fundamentado e que alia na perfeição o enredo à volta família da Corleone ao processo descritivo, que explica todo um movimento de emigração de um povo para os EUA bem como a sua integração numa sociedade nova. Não obstante é empolgante, vivo e imprevisível. 

Tudo vale em ‘O Padrinho’ e foi isso que me fascinou desde a primeira à última página.