Nossa Senhora de Paris (I Vol.) Victor Hugo
01/10/2010 by Paula
Esta foi uma leitura conjunta realizada com os contribuidores do blogue Destante. Deixo aqui o comentário que coloquei no referido blgue.
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A história começa com o repicar dos sinos em Paris, 6 de Janeiro de 1482.
Desta vez, os sinos repicam, não para anunciar assaltos ou enforcamentos, mas para recordarem à população que é dia de Reis e da Festa dos Doidos.Um dia curioso, eu desconhecia a sua existência. Um dia especial, durante o qual toda a gente podia dizer o que lhe apetecia. Por outras palavras - o único dia no ano em que havia liberdade de expressão. Nos restantes, havia a brasa para manter a ordem e o silêncio.
Victor Hugo tece inúmeras críticas ao povo parisiense aquando da descrição do Palácio da Justiça e no decorrer do ministério. É durante a actuação do Ministério (peça de teatro), escrito por Gringoire, que ficamos a conhecer as duas personagens importantes da obra de Victor Hugo - Quasimodo (o corcunda) e Esmeralda (a cigana).
Devo dizer que a leitura decorreu dentro da normalidade do entusiasmo até o autor da obra começar a dispersar-se nos seus pensamentos e devaneios sobre a arquitectura.
Digo dispersar-se, mas parece-me que, para Victor Hugo, a parte em que filosofou sobre a arquitectura foi a parte mais importante deste volume. Pareceu-me que os personagens foram apenas uma justificação para este romance onde se quer evidenciar toda uma época: Romantismo!
Há uma certa altura, nomeadamente o livro V, que parece um autêntico manual descritivo. Confesso que por momentos perdi o fio à meada.
Há todo o enaltecer da arquitectura como a memória dos feitos de determinado tempo. Esta era considerada um marco histórico que representava a acção de alguém num determinado tempo.
A arquitectura é vista como uma prova irrefutável da História.
Victor Hugo, através de um dos seus personagens diz que o livro matará o monumento, a arquitectura. Pois, existindo os livros, os feitos históricos passariam a ficar registados em papel e não em monumentos. Todos estes pensamentos do autor, são transmitidos de forma exaustiva e cansativa.
Finalmente, quase no fim do I volume, somos novamente transportados para a acção da história propriamente dita pela mão do narrador (e eu a pensar que este momento nunca mais chegava :P)
Espero que o II volume, seja mais agradável de ler e nos revele muito mais sobre os seus personagens. Não que eu seja contra aos factos históricos relatados durante um romance, mas aqui pareceu-me como eu já referi, que estava a ler uma espécie de tese, aonde de vez em quando apareciam personagens :)
Está aqui um pouco reflectida a minha opinião acerca dos Miseráveis, livro do mesmo autor que estou a ler já há três meses (e quase a acabar...).
Mas multiplica por dois o tamanho do livro!!
Olá Tiago, tenho ido ao Lydo e Opinado, para ver se já terminaste o livro :P ...
Eu também pretendo ler os Miseráveis, embora saiba que provavelmente vou encontrar um pouquinho do mesmo que encontrei neste :) mas mesmo assim é uma leitura que quero realizar :P
Abraço e fico à espera do teu comentário.
Pois, eu já li 'Os Miseráveis' e confesso que demorei anos a completar a leitura (literalmente). Apesar de ter gostado bastante, pois descreve na perfeição a sociedade francesa da altura, de vez em quando tinha que o pôr de lado...então a descrição da batalha de Waterloo, deve ser um pouco como as descrições da arquitectura que mencionas, de modo que saltei algumas páginas... Não sei se tenho coragem de me aventurar na 'Nossa Senhora de Paris'.
Concordo com tua interpretação... No meu ponto de vista, as partes mais descritivas do livro enfraqueciam o "fio da meada", eu que estava mais interessado no desenrolar da narrativa...
Com "Os Miseráveis", citado aqui em cima, apesar de também ter muitas descrições, eu achei a leitura bem mais fluida e empolgante. Este, sim, é o melhor romance de Victor Hugo, na minha opinião.
Abraços!
EstáVento, Espero que quando eu pegar nos "Miseráveis" leia-o de uma assentada, porque se fizer pausar, aí é que nunca mais pego nele novamente :P
Abraço
Eduardo Trindade,
Ora viva amigo, há quanto tempo não escreves neste cantinho (sei que também não tenho ido ao teu, sorry)voltando ao livro, que bom que me dizes que os Miseráveis tem uma leitura mais fuída :D Talvez faça a leitura lá para o final do ano.
Abraços
Novo passatempo no Refúgio dos Livros:
http://refugio-dos-livros.blogspot.com/2010/10/passatempo-presenca-um-amor-sem-tempo.html
Diana
Refúgio dos Livros