"A Hipótese do Mal", Donato Carrisi
08/06/2014 by Vasco
Sinopse
Procuro-os
por todo o lado. Procuro-os sempre.
Todos nós
já sentimos, em algum momento, o desejo de desaparecer. De deixar tudo para
trás. Para alguns, isso transforma-se numa obsessão que os consome e engole,
até que acabam por desaparecer na escuridão. Todos se esquecem deles. Todos,
menos Mila Vasquez, investigadora do Gabinete das Pessoas Desaparecidas.
Sem que
ninguém o conseguisse prever, indivíduos que se esfumaram no vazio há vários
anos regressam com intenções
obscuras. Uma série de crimes, sem relação aparente entre si, traz consigo uma
descoberta surpreendente: os seus autores são pessoas que se pensava
desaparecidas para sempre. Onde estiveram durante tanto tempo? E porque
regressaram? Qual o plano maléfico a que obedecem?
Mila percebe que para travar este exército das trevas não lhe bastam os indícios. Tem de dar à escuridão uma forma, um sentido, precisa de formular uma hipótese sólida, convincente, racional…
Mila percebe que para travar este exército das trevas não lhe bastam os indícios. Tem de dar à escuridão uma forma, um sentido, precisa de formular uma hipótese sólida, convincente, racional…
Opinião
Poderoso.
Penetrante. Esplêndido.
Este livro de Donato Carrisi surge na
sequência de “O Sopro do Mal”, embora as histórias sejam perfeitamente
dissociadas. Existem, porém, algumas referências que não deixarão indiferentes
aqueles que, como eu, adoraram a narrativa que antecedeu “A Hipótese do Mal”.
O tema de fundo continua a ser o mesmo,
a busca de pessoas que desaparecem. No entanto, a abordagem não fica por aqui.
Na verdade, o enredo ramifica-se, por entre investigações que seguem os seus
percursos naturais, e a carga psicológica que envolve cada personagem deixa-os
a eles debilitados e titubeantes e a nós nervosos a cada impasse que vai
surgindo.
É muito curiosa a abordagem por parte do
autor a um assunto que muito perturba a sociedade. O que quero dizer é que, ao
ler-se este livro, principalmente este, não existe apenas a intenção de
entreter, de acelerar o ritmo cardíaco dos leitores, de promover uma série de
reviravoltas tão características dos thrillers. De facto estas situações sucedem-se
– a um ritmo alucinante para que se conste – com o desenrolar da acção. Mas “A
Hipótese do Mal” é muito mais do que isso. A sua base é de uma intensidade
brutal no que se refere aos sentimentos e ao bem-estar, das personagens e de
quem tem a felicidade de usufruir desta leitura. Existe, no interior destas páginas
maravilhosas, a ironia, a gigante ironia, do facto de as pessoas desaparecidas
serem procuradas por uma agente que não é capaz de se encontrar a ela mesma.
Mila, que também protagonizou “O Sopro do Mal” – outro livro brilhante –, é uma
personagem daquelas que não se esquecem, pois age da forma como ela sente e não
da forma como esperamos; e quando a conhecemos profundamente percebemos quais
os instintos que a fazem mover-se. Trata-se, pois, de alguém ficcionado que entra
dentro de nós como se fosse real. É daqueles raros protagonistas que surgem
quando na vida real associamos algo à sua caracterização fortíssima, como
acontece com a Lisbeth de Stieg Larsson.
Carrisi é de facto muito bom naquilo que
faz, um dos melhores autores de thrillers.
Acho a sinopse do Vasco muito atractva,Dá-me imensa vontade de ler esta thriler.