"O Livro" aquele que para mim é único - El Ingenioso Hidalgo de Don Quijote de la Mancha
04/10/2011 by Paula
Miguel Almeida é hoje o meu convidado para nos falar do livro que o marcou desde sempre. É autor de diversos livros já conhecidos de todos nós, alguns também já comentados aqui no viajar - Chireto, Ser Como Tu, O Templo da Glória Literária ...
“O livro que para mim é único … Para mim, leitor sem emenda ou correcção, mas com muita falta de tempo para fruir do prazer de ler, a escolha é e não é fácil. Não é fácil, porque se trata de falar de um/só um livro. É fácil, porque se trata de El Ingenioso Hidalgo de Don Quijote de la Mancha (1605), de Miguel de Cervantes Y Saavedra [1547 – 1616].
Há muitos livros que me marcaram e continuam a marcar como leitor e escritor. Regra geral olho para eles com uma pontinha de inveja saudável: trata-se de livros que gostaria de ter sido eu a escrever. Entre eles contam-se Os Irmãos Karamazov, Crime e Castigo, ambos de Fiódor Dostoiévski, Guerra e Paz, de Liev Tólstoi, Servidão Humana, de Somerset Maugham, Viagem ao Fim da Noite, Morte a Crédito, ambos de Louis-Ferdinand Céline … Livros de filosofia e de poesia é melhor nem sequer falar … Mas tendo que escolher um livro, apenas um livro, poderia lá ser outro que não El Ingenioso Hidalgo de Don Quijote de la Mancha? Lembro-me perfeitamente da leitura deste fantástico livro de Cervantes em dois enormes volumes. Foi começar e nunca mais largar. A leitura tornou-se de imediato viciosa e obsessiva, como acontece com todos os grandes livros. Lembro-me também de rir, com sonoras gargalhadas, perante tanta loucura, mas sempre tão humana, sempre a roçar os limites da razoabilidade do real e, por vezes até, ultrapassando-a. No essencial, trata-se de um livro que nos distrai, ocupa e entretém, mas que também nos faz imaginar, pensar e sonhar. Não é tudo isto que se pede a um livro de excepção? Miguel de Cervantes Y Saavedra dá-nos isso e muito mais em El Ingenioso Hidalgo de Don Quijote de la Mancha.”
Miguel Almeida
“O livro que para mim é único … Para mim, leitor sem emenda ou correcção, mas com muita falta de tempo para fruir do prazer de ler, a escolha é e não é fácil. Não é fácil, porque se trata de falar de um/só um livro. É fácil, porque se trata de El Ingenioso Hidalgo de Don Quijote de la Mancha (1605), de Miguel de Cervantes Y Saavedra [1547 – 1616].
Há muitos livros que me marcaram e continuam a marcar como leitor e escritor. Regra geral olho para eles com uma pontinha de inveja saudável: trata-se de livros que gostaria de ter sido eu a escrever. Entre eles contam-se Os Irmãos Karamazov, Crime e Castigo, ambos de Fiódor Dostoiévski, Guerra e Paz, de Liev Tólstoi, Servidão Humana, de Somerset Maugham, Viagem ao Fim da Noite, Morte a Crédito, ambos de Louis-Ferdinand Céline … Livros de filosofia e de poesia é melhor nem sequer falar … Mas tendo que escolher um livro, apenas um livro, poderia lá ser outro que não El Ingenioso Hidalgo de Don Quijote de la Mancha? Lembro-me perfeitamente da leitura deste fantástico livro de Cervantes em dois enormes volumes. Foi começar e nunca mais largar. A leitura tornou-se de imediato viciosa e obsessiva, como acontece com todos os grandes livros. Lembro-me também de rir, com sonoras gargalhadas, perante tanta loucura, mas sempre tão humana, sempre a roçar os limites da razoabilidade do real e, por vezes até, ultrapassando-a. No essencial, trata-se de um livro que nos distrai, ocupa e entretém, mas que também nos faz imaginar, pensar e sonhar. Não é tudo isto que se pede a um livro de excepção? Miguel de Cervantes Y Saavedra dá-nos isso e muito mais em El Ingenioso Hidalgo de Don Quijote de la Mancha.”
Miguel Almeida
MIGUEL DE CERVANTES E SAAVEDRA (1547 – 1616)
SIMULACRO DE SONETO POR QUIXOTE
Nasce o sol, é já fim de tarde para ler;
Andanças de cavaleiros, aqui são puro prazer
E no lazer não se dorme, sonha-se ao que se alcança.
Arranja armas, baptiza de novo o selante!Andanças de cavaleiros, aqui são puro prazer
E no lazer não se dorme, sonha-se ao que se alcança.
É pileca, mas o rocim terá que virar Rocinante;
Mas para cavaleiro, ainda há de falta a dama, que sim
Andante sem ser por amores, parece árvore triste sem fim.
Alegra-te cavaleiro sem feitos, agora tens damas!Mas para cavaleiro, ainda há de falta a dama, que sim
Andante sem ser por amores, parece árvore triste sem fim.
Vai em busca de aventuras, faz por loucura o que engenhas
Para a Srª Del Toboso, que em pensamentos Dulcineia chamas.
Mas muito ler roubado ao sono, faz perder bom fidalgote!Para a Srª Del Toboso, que em pensamentos Dulcineia chamas.
Arma Sancho, o lavrador, pois quem já viu nobreza sem amos?
E eis que nasce um cavaleiro, que pelos seus feitos se chama Quixote.
O Templo da Glória Literária, Ed. Esfera do Caos, Julho 2010, pág. 72.
E eis que nasce um cavaleiro, que pelos seus feitos se chama Quixote.
Todos os gostos são discutíveis mas estes de Miguel Almeida são, para mim, MUITO BONS GOSTOS :)
Adoro a Viagem ao Fim da Noite, do Céline. Na minha opinião é o melhor de sempre da literatura francesa.
Os Irmãos Karamazov e Guerra e Paz não são dois livros. São dois monumentos imortais!!!
Quanto ao D. Quixote ele é, apenas... O LIVRO! O Livro da minha vida!
e...quem sou p comentar estes "gostos" de Miguel Almeida!!! Apenas, reforçooo o meu "Se Gosto..."
>"...Vai em busca de aventuras, faz por loucura o que engenhas..."
Bjão
Ainda não li que falta grave.:(