O Templo da Glória Literária - Miguel Almeida
13/12/2010 by Paula
A minha opinião:
O Templo da Glória Literária contempla poemas. Poemas estes muito especiais, uma vez que são dedicados e escritos tendo por inspiração grandes nomes da literatura.
Como diz o título – O Templo da Glória Literária – O Templo de grandes nomes, de todos aqueles que de alguma maneira marcaram a literatura de tal forma que se tornaram eternos e que Miguel Almeida reuniu neste magnífico livro.
Achei bastante interessante a forma que o autor dividiu o livro e por conseguinte os poemas. Assim, viajamos por 5 partes distintas mas todas elas ligadas entre si, pois umas não existem sem as outras.
A primeira parte “Instantâneos Inspirados no Templo”, onde o autor e o leitor são levados a reflectir sobre o papel de escrever poesia. Escrever como refúgio e coragem para que se encontre aquilo que se perdeu “O olhar da criança e do louco e do poeta”*
O poema como arte de viver, sentimento extravasado, só compreendido por quem o escreve. Uma fuga para libertar as inquietações, a poesia como forma de liberdade e simplicidade.
Na segunda parte: “Instantâneos Suspirados no Templo”, há toda uma interrogação à volta do poeta. O poeta questiona o “eu”, o seu “eu” solitário, quem foi, quem é e quem será…tudo gira à volta deste ser simples, ingénuo e às vezes louco…
A terceira parte intitula-se “O Templo da Glória Literária” que dá nome à obra.
Esta foi das partes que mais gostei. Porquê? Porque aqui há toda uma reflexão sobre aqueles que fazem parte deste templo, que são todos os que triunfaram em vida, mas que não foram reconhecidos enquanto a tiveram, só depois da morte foram reconhecidos e coroados.
“A fama e as glórias póstumas
São triunfos tardios, já então alcançados
Pela vida que se vence
E não se viu em todo o esplendor a vitória”
(…)
Porque no templo da Glória Literária, a maior parte delas
Os vivos que lá são postos são expulsos quando morrem
E lá só moram os mortos que não lhe acederam em vida.”*
Na quarta parte “As fundações do Templo da Glória Literária” – o autor recua no tempo e vai até às bases, aos pilares, às fundações (como refere o próprio sub-título que contempla esta parte) da literatura e o primeiro poema a quem dedica e se inspira é a Homero séc. VII a.c. e assim prossegue avançando no tempo e referenciando nomes até 17 d.c.
Como diz o título – O Templo da Glória Literária – O Templo de grandes nomes, de todos aqueles que de alguma maneira marcaram a literatura de tal forma que se tornaram eternos e que Miguel Almeida reuniu neste magnífico livro.
Achei bastante interessante a forma que o autor dividiu o livro e por conseguinte os poemas. Assim, viajamos por 5 partes distintas mas todas elas ligadas entre si, pois umas não existem sem as outras.
A primeira parte “Instantâneos Inspirados no Templo”, onde o autor e o leitor são levados a reflectir sobre o papel de escrever poesia. Escrever como refúgio e coragem para que se encontre aquilo que se perdeu “O olhar da criança e do louco e do poeta”*
O poema como arte de viver, sentimento extravasado, só compreendido por quem o escreve. Uma fuga para libertar as inquietações, a poesia como forma de liberdade e simplicidade.
Na segunda parte: “Instantâneos Suspirados no Templo”, há toda uma interrogação à volta do poeta. O poeta questiona o “eu”, o seu “eu” solitário, quem foi, quem é e quem será…tudo gira à volta deste ser simples, ingénuo e às vezes louco…
A terceira parte intitula-se “O Templo da Glória Literária” que dá nome à obra.
Esta foi das partes que mais gostei. Porquê? Porque aqui há toda uma reflexão sobre aqueles que fazem parte deste templo, que são todos os que triunfaram em vida, mas que não foram reconhecidos enquanto a tiveram, só depois da morte foram reconhecidos e coroados.
“A fama e as glórias póstumas
São triunfos tardios, já então alcançados
Pela vida que se vence
E não se viu em todo o esplendor a vitória”
(…)
Porque no templo da Glória Literária, a maior parte delas
Os vivos que lá são postos são expulsos quando morrem
E lá só moram os mortos que não lhe acederam em vida.”*
Na quarta parte “As fundações do Templo da Glória Literária” – o autor recua no tempo e vai até às bases, aos pilares, às fundações (como refere o próprio sub-título que contempla esta parte) da literatura e o primeiro poema a quem dedica e se inspira é a Homero séc. VII a.c. e assim prossegue avançando no tempo e referenciando nomes até 17 d.c.
A quinta e última parte é também dedicada a pessoas especiais “Os Imortais do Templo da Glória Literária” e confesso que nesta parte perdi-me e deliciei-me ao ler os poemas dedicados àqueles que já me proporcionaram viagens inesquecíveis.
Transcrevo um poema para que possam apreciar as palavras de Miguel Almeida.
EDGAR ALLAN POE
(1809-1847)
A liberdade e a Inquietação Poéticas
Mensageiro perdido, um dos corvos de Noé
Regressa dos tempos imemoriais, da inquietação humana
Sem crocitar nem grasnar, esta negra e magra ave
Vadia e só, volta dos dias e noites sem fim
Por maus hábitos de vadiagem, esta negra e agra ave
Liberta-se miraculosamente, soltando o freio das palavras
E logo mergulha, afundando-se nos mistérios da mente e da morte
Amiúde semeados do terror mais íntimo da alma, no ser do homem
Fruto de sacrifícios espantosos, esta ave que ainda procura Noé
Encontra a terra seca, o mundo em ordem
Mas por hábitos da liberdade vadia, no tempo carregada de inquietações
Amiúde semeia as lágrimas das dores sentidas das almas, num mundo normal.*
Este é um livro para se ler com algum vagar, saborear e ver para além das palavras. Onde se vê reflectido o papel do poeta, as suas interrogações, incertezas, sonhos e sofrimento. Um poeta que busca o seu passado, a sua realidade e que bebe daqueles que já viveram as mesmas inquietações e que foram incompreendidos e até condenados.
Esta é uma leitura que aconselho, não só a quem gosta de ler poesia, mas a todos aqueles que gostam de ler em geral.
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EDGAR ALLAN POE
(1809-1847)
A liberdade e a Inquietação Poéticas
Mensageiro perdido, um dos corvos de Noé
Regressa dos tempos imemoriais, da inquietação humana
Sem crocitar nem grasnar, esta negra e magra ave
Vadia e só, volta dos dias e noites sem fim
Por maus hábitos de vadiagem, esta negra e agra ave
Liberta-se miraculosamente, soltando o freio das palavras
E logo mergulha, afundando-se nos mistérios da mente e da morte
Amiúde semeados do terror mais íntimo da alma, no ser do homem
Fruto de sacrifícios espantosos, esta ave que ainda procura Noé
Encontra a terra seca, o mundo em ordem
Mas por hábitos da liberdade vadia, no tempo carregada de inquietações
Amiúde semeia as lágrimas das dores sentidas das almas, num mundo normal.*
Este é um livro para se ler com algum vagar, saborear e ver para além das palavras. Onde se vê reflectido o papel do poeta, as suas interrogações, incertezas, sonhos e sofrimento. Um poeta que busca o seu passado, a sua realidade e que bebe daqueles que já viveram as mesmas inquietações e que foram incompreendidos e até condenados.
Esta é uma leitura que aconselho, não só a quem gosta de ler poesia, mas a todos aqueles que gostam de ler em geral.
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* in O Templo da Glória Literária, Miguel Almeida
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Classificação: 6/7 Excelente
Classificação: 6/7 Excelente
Não gosto de poesia; nunca gostei.
Mas talvez esteja na hora de abrir uma excepção...
Que mais quer um poeta? ...
Agrada-me a opinião, no seu todo elogiosa, sobretudo porque capta, diria mesmo ao pormenor, os objectivos pelos quais me bati durante os cinco anos que usei (não digo "gastei") na escrita e "polimento" desta minha obra. Que ela possa ser um lugar de (Re) Encontro com alguns dos maiores nomes da poesia de todos os tempos/templos, é o meu maior desejo e é tb. a minha maior satisfação.
Miguel Almeida
Manuel,
Tenho a certeza de que vais gostar deste livro :D
Miguel,
Esta foi uma leitura que adorei :) agora segue-se "A Cirurgia do Prazer" só não sei se vai ser ainda este ano :P
Abraços
Oi Paula, tudo bem?
Se você é como eu que sente falta da Tertúlia Virtual, por favor, deixa um comentário neste link lá no Varal de Idéias.
http://cimitan.blogspot.com/2010/12/comentarios-que-valem-um-post_14.html
Estamos tentando reviver aqueles bons momentos da Tertúlia.
Um abraco
Adorei a entrevista! E o livro `e um convite ao templo Poetico do tempo! Parabens!
Que vou eu escrever sobre poesia?
A poesia para mim é a própria vida... não apenas a do poeta, mas de tudo o que ele observa à sua volta. A poesia é liberdade,verdade, desabafo, imaginação e tudo aquilo que o poeta encontra dentro da sua alma...que, tanto pode ser tristeza como alegria...e muito mais poderia aqui escrever sobre poesia... eu também sou poeta e, como tal, não sei descrever a poesia de outra forma...
Olá Isa, é verdade, a poesia acaba por ser tudo o que está à nossa volta basta que a saibamos ver ;)
Abraço