“O Tribunal das Almas” de Donato Carrisi (Opinião)
08/11/2017 by Lígia
Sinopse:
«Estava à tua procura. Encontrei-te. És
a pessoa certa... Agora, mata!»
Marcus é um homem sem passado. A sua
especialidade: analisar as cenas de crime para reconhecer o Mal nos pequenos
detalhes e solucionar homicídios aparentemente perfeitos. Há um ano, foi
gravemente ferido e perdeu a memória. Hoje, é o único que poderá salvar uma
jovem desaparecida. Este peculiar investigador enfrenta, porém, um desafio
ainda maior: alguém está a usar o arquivo criminal da Igreja para revelar a
verdade sobre crimes nunca oficialmente resolvidos. Assassinos são colocados
perante os familiares das vítimas. Será, passado tanto tempo, saciado o desejo
de vingança? Passarão os inocentes a culpados? Ou será, finalmente, feita
justiça?
Opinião:
Este thriller começa quando uma médica (Mónica) e
um enfermeiro de plantão, são chamados para uma emergência, e no decorrer do
salvamento descobrem que o homem que estão a socorrer é um serial killer há muito
procurado, que matou a irmã de Mónica. Aqui Mónica pode optar por fazer o Bem e
continuar a reanimar este homem, ou pelo Mal e deixa-lo sucumbir. Ela opta por
salvar o asassino da sua irmã.
A polícia desconfia que pouco tempo antes, este
homem terá raptado Lara, que ainda se encontra desaparecida. É aqui que começa uma
corrida contra o tempo para salvar Lara, e se questiona qual a fronteira entre o
Bem e o Mal. E consoante as circunstâncias, se devemos fazer o Bem ou o Mal.
É nesta altura que vão entrar duas personagens
centrais. Marcus que perdeu a memória há cerca de um ano, e o que sabe da sua
vida, foi o que lhe contaram, e Sandra que perdeu o marido há cerca de 5 meses
e descobre que a morte do seu marido não foi acidental. Estas duas personagens vão
se cruzar várias vezes durante esta narrativa e são elas que vão salvar Lara.
Durante toda a obra vamos “saltando” em diversos
tempos cronológicos, tanto a narrativa está em “5 dias antes”, como “um ano
antes”, como estamos no presente. O mesmo acontece com as personagens, e as
cidades onde todo o enredo vai acontecendo. Vários casos já antigos vão
aparecendo, uns nunca resolvidos e outros que se julgavam resolvidos. O que faz
com que o leitor se questione constantemente, ”que relação tudo isto tem com o
rapto de Lara??”, são casos tão distintos, cidades tão distantes. O que faz com
que se fique mais e mais agarrado a esta leitura e mais e mais curioso. Com o
passar das “páginas” tudo se vai interligando, e afinal tudo tinha a sua
relação. Continuamos sempre com a questão “o que levará uma pessoa a cair nas
sombras do mal??”.
Uma leitura fluída, com descrições curtas e
simples que fazem o leitor “viajar” neste thriller como se estivesse presente, e
que “agarra” de tal forma a sua curiosidade, que só na última página finalmente
se consegue fazer uma pausa.
Não
existem testemunhas mais terríveis ou acusadoras, nem mais implacáveis, do que
a consciência que habita na alma de cada um.