O Rapaz e o Pombo, Cristina Norton (Divulgação)
17/10/2016 by Paula
Cristina Norton surpreende-nos, mais uma vez, com um
romance em que mistura realidade com ficção, numa história passada entre os
anos 1930 e 1958.
O leitor é conduzido pela voz de um rapaz judeu, com humor e
ironia, num universo repleto de momentos de desalento, ternura e amor à vida.
As personagens à volta dessa criança não têm nome nem identidade e vivem em
lugares não definidos, porque representam todas as pessoas que passaram por uma
das maiores injustiças de todos os tempos.
Quando Cristina Norton teve a ideia de escrever sobre um
rapaz que encontra num pombo o seu consolo e refúgio, achou que não podia
excluir o que uma mulher lhe revelara em Buenos Aires, no fim dos anos 50.
Sentiu que tinha o dever de escrever e denunciar o que por vergonha as mulheres
que haviam passado por esse género de escravatura não ousavam contar.
Destaca-se também uma adolescente alemã (personagem que
retrata uma amiga da autora e um testemunho real), porque ela, a mãe e a irmã
sofreram as consequências de um regime e de uma guerra com que não concordavam,
apesar de serem arianas puras.
Os caminhos dos protagonistas deste romance cruzam-se nos
países onde decorrem as suas vidas: Alemanha, Holanda, Itália, Suíça, Espanha,
Brasil, Argentina e também Portugal.
Foi em memória deles e de todos os que não tiveram voz
para narrar o inenarrável que este livro foi escrito.
O novo romance será apresentado por Henrique Monteiro,
esta sexta-feira, pelas 18h30, na Casa da América Latina, em Lisboa.
Sobre Cristina
Kas Norton nasceu em 28 de
Fevereiro de 1948, em Buenos Aires, Argentina, e reside em Portugal há mais de
40 anos. Desde os 17 anos que colabora em revistas e jornais literários de
diversos países. A sua obra está publicada em Portugal, no Brasil, no Chile e
em Espanha; engloba a poesia, o romance e o conto. Dos vários títulos que
publicou destacam-se O Segredo
da Bastarda, O Afinador de
Pianos, O Lázaro do Porto,O
Barco de Chocolate (contos
infantis, Prémio Adolfo Simões Müller, 2002), A
Casa do Sal e O Guardião de Livros. *
* Texto enviado pela editora