Sinopse
Clube de Combate apresentava-se como um livro sobre um submundo de rapazes revoltados com o sistema capitalista, com o consumismo compulsivo e com o culto das celebridades que nunca chegariam a ser. Hoje, é considerado uma obra de culto, tendo sido adaptado ao cinema por David Fincher e interpretado por Brad Pitt e Edward Norton.
Com uma linguagem inovadora, cómica e assertiva, o satirista e visionário Chuck Palahniuk fez estremecer o mundo literário - e criou uma legião de seguidores -com a história. Fala de homens sozinhos e insurretos, frequentadores de grupos de apoio para combate à solidão, que organizam ataques aos grandes bancos e lutas em caves para sentirem qualquer coisa num mundo dormente que os deixou pelo caminho. Clube de Combate é um olhar sobre a juventude, sobre o universo masculino e sobre as ansiedades e as insuficiências do chamado Primeiro Mundo.
Mas esta é também a história invulgar de um triângulo amoroso entre o protagonista sem nome, que sofre de insónia, o seu novo amigo, que faz sabonetes a partir de gordura humana, e Marta Singer, misteriosa fumadora e derradeira esperança de salvação quando os planos de destruição e caos traçados pelos rapazes começam a ir longe de mais.


Opinião
Perturbador. Reformador. Inovador.
Chuck Palahniuk conseguiu, com este livro, exibir um novo conceito. Algo que, creio, nunca antes havia sido criado. Não me refiro à ideia do clube de combate nem à revolução urbana patente neste romance. Refiro-me antes ao modo como o autor concebe um mundo paralelo a partir de um mundo real. A questão é que o mundo real já é de si tão estranho que caímos no tal universo paralelo pensando que, afinal, tudo é possível, que não existem obstáculos à vontade humana.
Em "Clube de Combate" as rotinas dos personagens são tão atípicas quanto a presunção de Tyler, o homem que muda tudo na vida do narrador. Também esta se trata de uma obra complexa, embora disfarçada com uma linguagem simplista.
O que sucede é que o autor pega na vida rotineira e monótona do narrador e decide virá-la ao contrário, retirando-o de uma sociedade repleta de preconceitos e ideias bem consolidadas e libertando-o para onde só a imaginação o consegue levar. É uma espécie de "acorda e faz o que te apetece". E a questão é que a ideia de Tyler e/ ou do narrador é a destruição total, só porque tal é possível embora não seja permitido.
Posteriormente toda a acção desenrola-se entre a antiga vida do narrador, vivida na clareza de uma multinacional, e a sua nova identidade, alicerçada na obscuridade de um submundo criado a partir de um sentimento de impotência e revolta recalcada.
"Clube de Combate" é um livro anti-social. É, na verdade, uma obra demasiado polémica para não se poder gostar dela. 
No final, depois de todas aquelas páginas deliciosas, podemos ler um pequeno texto do autor, alusivo aos trinta anos após a primeira publicação, que nos leva a compreender tudo o que até ali achávamos incompreensível.
Esta é mais uma obra brilhante que a Editorial Presença resolveu, e bem, trazer de novo até nós.
Confesso que nenhum dos murros dados no clube de combate é tão brutal quanto aquele que o autor nos dá a nós.


Mais informação acerca do livro aqui!

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