Sinopse
Em 'A Neve do Almirante', Mutis acompanha as aventuras de Maqroll el Gaviero - ou seja, o que nos navios a vela sobe ao cesto da gávea, a fim de avistar terra - pelo sinuoso rio Xurandó. O personagem, narrador de uma série de sete novelas do autor, no qual o navio é símbolo e metáfora para amores transitórios e impossíveis; para a deterioração e decomposição do homem, na alma e no corpo. Em 'A Neve do Almirante', Mutis faz do mar, ou melhor, de um rio, o cenário de uma história em que mistura a busca pelo desconhecido, o medo da morte e a descrição detalhada de personagens de traços grotescos e senso de ética surpreendente.


Opinião
Aventureiro. Vagante. Iludido.
Durante a leitura de "A Neve do Almirante" muitas vezes me recordei de "Coração das Trevas" de Joseph Conrad. Em ambas as obras é traçada uma viagem, através de um rio, e nela dá-se uma certa transformação interior do protagonista.
Nesta obra, Mutis trabalha o seu imaginário. Através do personagem principal, um homem pobre de espírito, ciente de que o insucesso deverá ser a sua sina, insiste em caminhar de forma errante. O conceito da viagem, do destino desconhecido, da persistência sem conhecimento de causa, dos desamores, do contacto com as mais estranhas situações, nunca largam este romance. Chega a ser quase cómica a forma como os personagem encaram a vida e o mundo, sempre com desapego e um instinto terra-a-terra.
Alvaro Mutis era colombiano. E a sua origem é evidente neste romance, pois, como tantos autores sul americanos, o modo simplista e fatalista como encara as situações é permanente e evidente.

1 comentários:

    On 07 julho, 2016 Paula disse...

    Gostei! Parece o tipo de livro do qual gosto!
    Adorei "Coração das Trevas" do Conrad
    Há livros que sinceramente têm de ser relidos e No coração das Trevas é um deles! Entre muitos outros!

     

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