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Sinopse

As horas passam mas Naomi não aparece. A noite avança e Jenny desespera. A filha adolescente já devia ter voltado da escola, onde participou numa peça de teatro. A vida de Jenny, uma médica casada com um neurocirurgião de sucesso, está prestes a mudar.

Um ano depois da noite fatídica, Naomi continua desaparecida. A polícia procurou em vão e os piores cenários (rapto ou homicídio) parecem hipóteses remotas. A busca obsessiva de Jenny, que não desiste da filha, sugere outra explicação: as pessoas em quem confiava e que julgava conhecer têm escondido segredos – sobretudo a própria Naomi.

Opinião

Creio que o maior elogio que posso fazer a esta obra é o facto de estar muito bem articulada. Penso que desenvolver um enredo sem grande acção, baseando-se em momentos, em suposições e em confidências não seja uma tarefa fácil. Ainda assim a autora fê-lo de forma eficaz, sendo capaz de suscitar a curiosidade do leitor.

Narrado na primeira pessoa, Jane Shemilt trabalha a protagonista de um modo bastante competente, dando voz à sua alma. Jenny é mãe, médica, esposa, amiga, mulher. E tudo aquilo que ela é acaba por ser posto em causa. Tudo muda com o desaparecimento da sua filha, que é a parte mais importante do icebergue, mas, ainda assim, é apenas a parte visível.

Visto por este prisma, "A Filha Desaparecida" tem o que é necessário para vingar.

Depois falta-lhe o resto. Essa ausência que eu detecto tem a ver com o gosto pessoal de cada um. É aí que reside a beleza da literatura. Aquilo que uns odeiam outros adoram. Relativamente àquilo que eu acho deste livro, creio que à narrativa acaba por faltar quase tudo. Mas esta é apenas a minha opinião, eu que sou do contra e - segundo a mulher que teve a SORTE de casar comigo - de extremo mau feitio e capaz de estar sempre a refilar - só virtudes, portanto. A verdade é que, a mim, não me bastam histórias bem construídas e impecavelmente desenhadas. Para mim, essas mesmas histórias têm de me arrancar da minha vida e levar-me com elas. E isto não sucedeu desta vez.