“O Fabricante de Bonecas de Cracóvia” de R. M. Romero (Opinião)
26/10/2017 by Lígia
Sinopse:
Há guerra.
Há dor.
Mas há magia e há esperança.
Cracóvia, Polónia, 1939.
Por magia, uma boneca chamada Karolina adquire vida
numa loja de brinquedos e torna-se amiga do amável e discreto fabricante de
bonecas, que é também o proprietário da loja. Quando a ocupação nazi se abate
sobre a cidade, Karolina e o Fabricante de Bonecas têm de recorrer à magia para
salvar, custe o que custar, os seus amigos judeus dos perigos iminentes que
pairam sobre eles. Reunindo uma atmosfera de magia, história, tradições e
cultura local, esta impressionante narrativa fala-nos sobre como encontrar
esperança e amizade nos lugares mais tenebrosos.
Uma história juvenil, na linha de A Rapariga que
Roubava Livros e O Rapaz do Pijama às Riscas. Muito imaginativa, pedagógica e
de uma grande ternura.
Opinião:
Karolina é uma pequena boneca que vive num país
distante do mundo dos humanos, o País das Bonecas. Nesse país ela é costureira.
Um dia o País das Bonecas é invadido por um país tenebroso, governado por uma
bruxa má que criara os seus habitantes, umas ratazanas enormes. Karolina teve
de fugir para a floresta para escapar dos invasores e com a ajuda do soldado
Fritz (um soldado feito de madeira) e do vento Dogoda, descobriu que o seu
destino era no mundo dos humanos. Um humano precisa da sua preciosa ajuda.
Um fabricante de brinquedos na Cracóvia, está a esculpir uma boneca (Karolina), e sem saber como, dá-lhe vida. É quando descobre que tem o poder de fazer magia, e é com essa magia que vai ajudar algumas crianças em tempos difíceis. Tempos difíceis esses, passados durante a Segunda Guerra Mundial, na Polónia.
Um fabricante de brinquedos na Cracóvia, está a esculpir uma boneca (Karolina), e sem saber como, dá-lhe vida. É quando descobre que tem o poder de fazer magia, e é com essa magia que vai ajudar algumas crianças em tempos difíceis. Tempos difíceis esses, passados durante a Segunda Guerra Mundial, na Polónia.
O fabricante de brinquedos, embora seja uma pessoa de bom
coração, sempre viveu sozinho, e refugiava-se na sua solidão. Com o
aparecimento de Karolina, começaram os dois uma nova vida, e fazem dois amigos
judeus (Jozef e Rena), tornando-se os quatro numa família.
Com a “chegada” da guerra, e com a perseguição aos Judeus, o
fabricante e Karolina, enfrentam tudo e todos, para os ajudar. Devido a isso, terminam
a sua vida em Auschwitz (campo de concentração).
Mas a história não acaba por aqui, e Karolina
tem um final feliz.
Karolina vai comparando ao longo da narrativa,
a maldade das ratazanas do País dos Brinquedos, com a dos soldados Alemães (que
Rena os baptizou de bruxos), e de uma forma simples mostra que todas as guerras
são iguais e sem fundamento.
Vamos assistindo, à amizade e à bondade entre
cristãos (alguns com raízes Alemãs) e Judeus, à incompreensão das crianças
perante a maldade e à maldade só porque sim. Vamos assistindo também, à força
que as crianças têm, para enfrentar a dor que alguns adultos provocam.
Esta obra vai contando a vida da boneca
Karolina, intercalando com o passado no país das bonecas e o presente com o
modesto Fabricante de Brinquedos na Cracóvia. Sempre que a história se está a referir
ao mundo dos brinquedos, o texto é apresentado dentro de uma moldura de
ratazanas vestidas de soldados e com uma arma na pata, e quando não se faz
referência às maldosas ratazanas e se está num clima de paz, a moldura é feita
de bonecas. Se a narrativa se passa na Cracóvia, no início de cada um desses capítulos,
temos uma pequena ilustração de algo a que se refere o texto, desde a estrela
da David, a uma borboleta, a uma boneca de papel, a um ratinho amigo de Rena,
entre outros. A capa na minha opinião é lindíssima. Todas estas ilustrações, tornam
o livro ainda mais mágico.
Uma obra com uma atmosfera de magia sempre presente,
que de uma forma simples e fluída, mostra que mesmo em tempos difíceis, a
amizade e a bondade vencem todas a guerras e que a esperança nunca morre. Mostra
que os corações cheios de AMOR, vencem sempre os corações cheios de ódio.