Sinopse
De tronco nu e cabelo ao vento, Katrine Bratterud está eufórica: celebra a conquista de uma nova liberdade, agora que está prestes a terminar com sucesso um programa de reabilitação para toxicodependentes. Mas é no culminar dessa noite de furor e romance que Katrine se afasta para se refrescar num lago e morre brutalmente às mãos de um estranho, desaparecendo com ela os segredos que lhe trouxeram aquela felicidade recente.
Os inspetores Frølich e Gunnarstranda não acreditam em coincidências e, por isso, também não veem a morte de Katrine como uma mera questão de azar. Rapidamente mergulham numa série de investigações, cada vez mais profundas, que não descuram nem a vida de drogas e de prostituição de Katrine, nem tão-pouco as intervenções de médicos e funcionários na sua reabilitação.
A fúria do assassino oculto é desmedida e parece preparar-se para consumar novas mortes, num caso onde Katrine é a peça principal de um puzzle mais vasto e que remonta às suas origens.
Todos os homens que conheceu e amou são imediatamente suspeitos e só de uma certeza os inspetores podem estar seguros: uma mulher cativante e vulnerável como Katrine transforma até o mais reto dos seres em pecador.

Opinião
Fluido. Constante. Firme.
Este é um livro que segue uma estrutura típica de um policial e que se mantém fiel à forma fria e, de certo modo, distante ou mesmo ausente da literatura nórdica. Toda a narrativa é bastante regular, sem grandes picos nem alterações drásticas, mas que consegue manter o leitor permanentemente curioso e com todas as perspectivas em aberto.
K. O. Dahl não dá muito a conhecer das personagens, apenas aquilo que é necessário saber, nem divaga por campos desnecessários. Mas, a meu ver, essa opção é um pau de dois bicos, pois ao ganhar objectividade ao longo do enredo, perde um certo envolvimento emocional com quem lê a história.
O último terço do livro ganha algum destaque, à medida que o inspector se aproxima do final da investigação. Posso dizer que existe muita imprevisibilidade no desfecho e que o autor mostra agilidade e uma óptima capacidade em ligar as personagens umas às outras e no estabelecimento de uma relação entre o passado e o presente.
Trata-se de um bom policial.

1 comentários:

    Uma boa sugestão para uma leitura de férias de Verão.

     

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