"Morte num Noite de Verão", K. O. Dahl (Opinião)
21/07/2014 by Vasco
Sinopse
De tronco nu e cabelo ao vento, Katrine Bratterud está eufórica:
celebra a conquista de uma nova liberdade, agora que está prestes a
terminar com sucesso um programa de reabilitação para
toxicodependentes. Mas é no culminar dessa noite de furor e romance
que Katrine se afasta para se refrescar num lago e morre brutalmente
às mãos de um estranho, desaparecendo com ela os segredos que lhe
trouxeram aquela felicidade recente.
Os inspetores Frølich e Gunnarstranda não acreditam em
coincidências e, por isso, também não veem a morte de Katrine como
uma mera questão de azar. Rapidamente mergulham numa série de
investigações, cada vez mais profundas, que não descuram nem a
vida de drogas e de prostituição de Katrine, nem tão-pouco as
intervenções de médicos e funcionários na sua reabilitação.
A fúria do assassino oculto é desmedida e parece preparar-se para
consumar novas mortes, num caso onde Katrine é a peça principal de
um puzzle mais vasto e que remonta às suas origens.
Todos os homens que conheceu e amou são imediatamente suspeitos e só
de uma certeza os inspetores podem estar seguros: uma mulher
cativante e vulnerável como Katrine transforma até o mais reto dos
seres em pecador.
Opinião
Fluido. Constante. Firme.
Este é um livro que
segue uma estrutura típica de um policial e que se mantém fiel à
forma fria e, de certo modo, distante ou mesmo ausente da literatura
nórdica. Toda a narrativa é bastante regular, sem grandes picos nem
alterações drásticas, mas que consegue manter o leitor
permanentemente curioso e com todas as perspectivas em aberto.
K. O. Dahl não dá muito
a conhecer das personagens, apenas aquilo que é necessário saber,
nem divaga por campos desnecessários. Mas, a meu ver, essa opção é
um pau de dois bicos, pois ao ganhar objectividade ao longo do
enredo, perde um certo envolvimento emocional com quem lê a
história.
O último terço do livro
ganha algum destaque, à medida que o inspector se aproxima do final
da investigação. Posso dizer que existe muita imprevisibilidade no
desfecho e que o autor mostra agilidade e uma óptima capacidade em
ligar as personagens umas às outras e no estabelecimento de uma
relação entre o passado e o presente.
Trata-se de um bom
policial.
Uma boa sugestão para uma leitura de férias de Verão.