Cada Dia É Um Milagre, Yasmina Khadra
21/08/2012 by Paula
Opinião:
Este é daqueles livros que
depois de lermos pouco conseguimos escrever, porque tudo será pouco para
transmitir a essência da narrativa… Tal como O Que o Dia Deve à Noite de
Yasmina Khadra, esta é mais uma bela obra do autor.
Como o próprio título do livro
indica “Cada Dia É Um Milagre”, tal como cada dia da nossa vida o será se o
soubermos aproveitar e apreciar.
O livro está dividido em três
partes, Frankfurt, Blackmoon e Regressos.
O início da narrativa dá-se em
Frankfurt, onde o personagem principal é tomado por uma desilusão – a sua
mulher suicida-se sem que ele saiba porquê. Cai no vazio, no caos e de lá não
consegue sair… até que um amigo resgata-o da solidão para uma viagem de barco
que irá mudar a sua vida para sempre e é aqui que entramos na segunda parte do
livro – Blackmoon.
A viagem que parecia um
balsamo para a sua depressão torna-se numa viagem de terror, numa digressão
horrenda que o fará olhar para a sua sobrevivência diária como um milagre.
Neste capítulo, damos conta de
um continente perdido – África – onde o alimento diário é o crime (na sua forma
mais maléfica) e a corrupção… mas onde o sonho e a esperança não morreram, onde
a poesia, por incrível que pareça, acompanha homens violentos e insensíveis.
Porque o ser, por mais mal formado que seja, é um todo, um todo que abarca essencialmente o bem!
Esta parte da narrativa
“Blackmoon” é a que engloba a maior parte do livro, é a que nos fala de África da
sua crueldade e rudeza, confesso que a dada altura achei maçadora, no entanto,
quando iniciei a leitura de “Regressos” (a última parte do livro) entendi que
“Blackmoon” tinha toda a lógica de ser “maçadora” no aspecto em que nos dá a
conhecer África. Pois “Regressos”
mostra-nos a redenção do nosso personagem face aos ensinamentos que África
proporcionou. Em que o sacrifício e a fé ultrapassam barreiras que pensamos ser
intransponíveis.
“ Para que um coração continue
a marcar o ritmo dos desafios, é necessário bombear no fracasso a seiva da sua
sobrevivência.” Pág 265
Adorei!
olá Paula... regresso timidamente à Floresta das Leituras...
Gostei da tua crítica neste livro, uma proxima leitura para mim...
bj.
Depois de ler este belo texto fiquei com vontade de ler o livro.
Bjs!
Olá Paula!
Eu adorei o livro e marcou-me dois factos. O primeiro quando o protagonista, depois da sua vivência em África questiona do porquê da sua mulher, que tudo tinha, se ter suicidado quando aquelas pessoas, que lutavam pela sobrevivência, tudo faziam para viver e isso vê-se no caso do neto que transporta a avó pelo deserto.
Depois Blackmoon foi o personagem que mais me fascinou e que incorpora a realidade violenta de África e é também uma analogia aos sonhos perdidos de alguém com talento e que se vê obrigado a agir daquela forma.
Um romance tocante que expressa a realidade de África e que nos demonstra a beleza e o milagre da vida.
CICL,
Sê bem vinda novamente :)
António,
É muito bom o livro, assim como o outro do autor!
Iceman,
Eu não diria melhor amigo! :D
Comprei o livro hoje porque gosto do que li deste escritor e por causa desta crítica :)
Gostei e publiquei no meu blog. Obrigado pelos sempre interessantes posts.