Pedaços de Uma Mulher, Sandra Fernandes
19/05/2012 by Paula
Opinião:
Este livro de poesia é um grande
tesouro de sentimentos e é, sem dúvida, “Pedaços de uma mulher” que colocou no
papel o que ama e o que a atormenta.
a quem conto meus segredos
onde exponho o que a minha alma tem,
alegrias… angustias e medos!*
Ao ler, senti que os poemas foram
escritos de forma fluída, onde a emoção transborda. É perceptível que o papel
funciona para a poetisa como um calmante, no qual as linhas escritas apaziguam
os sentimentos. Poemas, que não só reflectem as emoções de quem escreve, mas também
de quem lê. Senti-me envolvida nesta escrita simples e forte.
Saliento um pormenor da capa que achei muito significativo para a presente obra. Na capa está a pintura de uma mulher e existe um relevo na zona do coração e do cérebro. Ora, este relevo não está lá por acaso, está lá porque são estes dois elementos que nos fazem viver, crescer, amadurecer...fazem-nos ser poetas da vida com ilusões, desilusões, sucessos e derrotas. Muitas vezes, o que um dita o outro não segue, um é sentimento, o outro razão, mas ambos são o esplendor do nosso viver!
Recomendo!
navegas e fico sozinha,
deixas meu corpo num caos!
Imóvel…espero! Regressa…
navega-me… prende tuas amarras a mim,visto que meu corpo não tem pressa
que tua viagem chegue a ter fim!
Sou a tua terra, o teu cais,
a vela, quando navegas à deriva,quem sabe até se não sou mais,
se não serei tua esperança viva!?
Milhas e milhas percorres,
vivo a escutar teu socorro,
mas é nas minhas velas que morres,
e eu nos teus mastros… morro…*
Nascida a 9 de Maio de 1979 na cidade de Angra do Heroísmo, Sandra de Fátima Fernandes da Silva, vive actualmente na ilha de São Miguel. Presentemente frequenta o curso de Psicologia na Universidade dos Açores, com o estatuto de trabalhador estudante. É a autora do blogue Poesias de Terra e de Mar.
Entre a maternidade, o amor, o emprego e o estudo, encontra ainda um espaço para escrever. Na sua escrita deposita sua poesia, seus pensamentos e seu sentir.
Defende que cada qual deve sempre seguir aquilo que sente e que o amor, seja qual for a sua forma, é o mais valioso bem que o ser humano pode dar e receber.
"Sou aquilo que sinto: natural como a terra, infinita como o mar!"
* poemas retirados da referida obra.