Opinião:
Um livro que nos prende, que nos ensina, que nos questiona, emociona e nos faz reflectir!

“O que o dia deve à noite”, um título poético, que encerra uma certa tristeza e nostalgia que é no fundo a essência deste livro. A tristeza dos personagens, das suas vidas e da vida da Argélia, ou melhor, do que a faz pulsar – as suas gentes!
Jonas conta-nos a sua história e a história do país que o viu crescer e amadurecer de forma dura e cruel como a própria Argélia.
A história, tem o seu início quando Jonas ainda é uma criança e vê o seu pai lutar para sustentar a família sem sucesso. Uma vida madrasta, cujas esperanças eram arrancadas sem aviso prévio. Mendigos, pedintes, pobreza, fome e sujidade era tudo o que restava. Assim, a sua família vê-se obrigada a dirigir-se para Orão na esperança de melhorar a sua condição de vida. Expectativa esta que cedo se revelaria sem sucesso. No entanto, é em Orão que Jonas refaz a sua vida e integra-se na sociedade e posteriormente em Rio Salado encontra o amor da sua vida.
A sua história de amor é sofredora e ao mesmo tempo de uma beleza imensa! Por fidelidade aos seus amigos, às suas promessas e por ter uma personalidade muito forte, prefere amar no silêncio a amar despreocupadamente. É sublime a forma como o autor descreve esta história de amor intercalando com os acontecimentos da Argélia entre 1930 e 1962,  onde a fome, a falta de oportunidades e a discriminação reinavam.
Nesta obra há referência a dois grandes autores, são eles John Steinbeck, como sendo repórter de guerra e Camus com a sua “Peste”. Obra esta que refere aspectos da Argélia em que Camus nasceu. É certamente uma obra a ter em conta para futura leitura.
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Uma frase que destaco do livro, para além de outras que o livro tem e que são muito ricas em conteúdo:
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“Quem passar ao lado da mais bela história da sua vida só terá a idade dos seus remorsos, e nem todos os suspiros do mundo poderão embalar-lhe a alma” pág 316
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Um livro apaixonante!
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Recomendo!

4 comentários:

    On 13 abril, 2012 NLivros disse...

    De facto a citação é extraordinária e recordo-me dela, sem dúvida.

    Um livro excepcional que, até agora, é a melhor leitura deste ano.

     
    On 13 abril, 2012 Paula disse...

    Iceman,
    Sim, uma das melhores leituras deste anos. Adorei também "O Véu Pintado" de Somerset Maugham :)

     
    On 15 abril, 2012 cris disse...

    Comprei-o na Feira do Livro do anao passado por sugestão de um livreiro, que me disse em tom de confidência: Sabe que não devemos dizer isto mas vejo-a a pegar nesse livro e devo dizer-lhe que gostei mto de sua leitura...blá,blá... e eu não resisti! Mas ainda não o li :(

     
    On 02 maio, 2012 Denise disse...

    Descobri o teu blog e estou a gostar imenso. Este é um dos livros que já anotei para comprar em breve! :)

     

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