No Calor dos Trópicos, Flávio Capuleto
24/04/2012 by Paula
Opinião: No Calor dos Trópicos”,
um livro de Flávio Capuleto é uma narrativa que nos transporta para uma época
entre 1875 e 1889, época essa, em que
Portugal detinha colónias em África e no Brasil. Este foi um período agitado
para Portugal, pois com a previsão da abolição da escravatura e,
posteriormente, com a concretização desta mesma abolição, os Colonos emigrantes
no Brasil viram a mão de obra barata escapar-se. Viram as suas fazendas falidas
e as suas riquezas ameaçadas!
.
É certo e sabido que
mesmo após a abolição da escravatura, os portugueses detentores de grandes
fazendas no Brasil e em África continuaram a lidar com os seus funcionários
como se de escravos se tratasse. Situação esta que culminou com greves e mortes
entre patrões e funcionários que não eram reconhecidos como tal, mas sim como
escravos. Pois, no entendimento dos proprietários das fazendas, não poderia ser
de outra forma para que houvesse sucesso garantido na produção.
D. Luís em Portugal e
D. Pedro no Brasil tentavam apaziguar os ânimos dos detentores de mão de obra
escrava sem sucesso.
A par da História que
nos é transmitida nesta obra, temos uma outra história, uma história de amor proibido - a de Afonso e
Leonor. Leonor uma mulher casada com um dos homens mais ricos e poderosos tanto
de Portugal como do Brasil e Afonso, médico, destacado como cônsul de Portugal
no Brasil, com o propósito de transmitir aos colonos portugueses as vantagens
da introdução de uma nova cultura e de novos hábitos para com a mão-de-obra
escrava.
A história de Afonso e
Leonor vai acontecendo naturalmente tendo como pano de fundo a época um tanto
conturbada que se vivia em Portugal entre 1875 e 1889.
Em todo o romance
nota-se uma exaustiva pesquisa histórica. Não consegui deixar de comparar este
romance ao “Equador” de Miguel Sousa Tavares, pois revelam muitos pontos em comum.
.
Sinopse:
A queda abrupta de produção de café no nordeste
brasileiro estava a arrastar os fazendeiros para a derrocada financeira. Na
tentativa de solucionar o problema da falta de remessas, o rei D. Luís convida o
Dr. Bragança dando ao seu cortesão a oportunidade de ouro de escapar a uma
eventual pena de prisão por crime de adultério. Mas como se o destino reservasse
uma armadilha ao novo diplomata, a amante viaja para Petrópolis na companhia do
marido continuando ali a sua relação escaldante com o cônsul. Alertado para a
traição contínua de sua esposa, D. João frutuoso, o magnata mais poderoso do
Reino, banqueiro da casa real e da Coroa Brasileira, prepara uma emboscada ao
diplomata, não só para o afastar dos braços de Leonor, mas também para poder
exercer livremente o seu poder sobre os negros da roça e a sua vocação
esclavagista. Um golpe inesperado dita a sorte dos amantes envolvidos nas malhas
do destino.
Sobre o autor:
Flávio
Capuleto, pseudónimo literário de Flávio Luís de Jesus Costa, nasceu no concelho
de Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, a 29 de Novembro de 1942. A sua
paixão pelos livros manifestou-se cedo, levando-o a publicar diversos romances,
edições de autor, que vendeu directamente ao público. Ganhou também a vida como
vendedor de colecções de literatura universal.
Conheceu
a amarga experiência da Guerra Colonial, sendo-lhe concedida a Medalha
Comemorativa das Campanhas do Norte de Angola. De regresso da campanha militar,
prosseguiu os estudos como autodidacta, sem nunca perder de vista o seu sonho:
tornar-se escritor.
No
Calor dos Trópicos é o seu primeiro romance histórico.
Boas.
Confesso que este livro começa a despertar a minha curiosidade e a tua opinião ainda veio cimentar esse interesse.
Gostei!
Olá Iceman,
Tu leste "O Equador" do MST, este segue os mesmos parâmetros.
Se é do género do Equador... é bom de certeza, fica anotado.. para mais tarde lhe dar uma espreitadela. Obrigado pela sugestão paula.
Nãõ sei como contatar o autor, mas o livro tem algumas incongruencia, sendo:
1) Stress, "os médicos são unanimes numa coisa: para vencer o stress...." Stress é uma palavbra que não existia na época.
2) Negócio da China, "-Admitindo Vossa Excelencia faça um negício da China....", também se trata de uma expressão bastante recente e penso que na epoca tb ñão existia.
3) Real moeda ".. e sem um real de salário...", não procurei mas penso que em 1887 a moeda era o Conto de Reis, e mão o real.
Ficam os meus comnentários, e se o autor desejar estarei á disposição.
Não penso em comprar mais nenhum livro deste autor.
E tb em minha opinião esta estoria é muto semelhante a Equador de MST.
Alfredo
AMorgado,
Poderá contactar o autor no facebook, deixo o link
https://www.facebook.com/flavio.capuleto
Abraço
Desculpe os erros, mas estava com alguma pressão e nem deu para revisar.
Não sei como contatar o autor, mas o livro tem algumas incongruências, sendo:
1) Stress, "os médicos são unanimes numa coisa: para vencer o stress...." Stress é uma palavra que não existia na época.
2) Negócio da China, "-Admitindo Vossa Excelência faça um negócio da China....", também se trata de uma expressão bastante recente e penso que na época tb não existia.
3) Real moeda ".. e sem um real de salário...", não procurei mas penso que em 1887 a moeda era o Conto de Reis, e mão o real.
Ficam os meus comentários, e se o autor desejar estarei á disposição.
Não penso em comprar mais nenhum livro deste autor.
E tb em minha opinião esta estória é muito semelhante a Equador de MST.
Alfredo