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Sinopse:
Edviges Stout é uma mulher frágil e doente, que dirige com mão de ferro o Grupo Azygus, uma instituição financeira cujos lucros se destinam a filantropia - o que pode ser uma fachada para negócios obscuros. Suspeita que alguém a quer matar e, para o impedir, contrata o detetive Mário França, o maior detetive do mundo, com escritório no Porto, no Muro dos Bacalhoeiros.

Vencedor do Prémio Caminho de Literatura Policial, finalista do Prémio Violeta Negra do Festival de Literatura Policial de Toulouse, Sete Janelas Com Vista Para a Morte é o maior desafio da carreira do detetive Mário França.


Citações:
«Ao lado de Mário França, Sherlock Holmes passaria por um detetive de terceira categoria, modesto e reservado. [...] Acabaram-se os polícias deprimidos pelo frio e felizes como cubos de gelo; eis um herói do Sul, mais precisamente do Porto, apaixonado e de bom humor.» | L´Express

«Uma investigação policial hábil e bem escrita.» | L´Express


Opinião:
Tive a oportunidade de conhecer este autor em 2015, precisamente por intermédio da Paula e do Vasco, numa célebre leitura conjunta do blogue, com a obra “Sem Coração” (podem ver aqui).

Esta obra tem todos os ingredientes de sucesso para uma boa investigação policial.
Engane-se quem pensa que é mais uma obra super séria e enfadonha, nada disso, temos uma investigação a sério, cheia de humor, desde a primeira à última página.
O maior detective do mundo, Mário França, desvenda no sofá do seu escritório, durante os seus sonhos, parte dos casos mais difíceis. E como por trás de um grande detective há sempre uma grande equipa, nestas aventuras ele é acompanhado por o Kit Cobra (em que os honorários pelos seus serviços são cobras exóticas), o Elastic Man (com curso de carteirista), o Tony the Painter, o Bilinho Muletas, o Cotos, o Dedos e o Quim Comandos, cada qual com uma paranóia, uma deficiência e uma habilidade.
Para comunicarem entre si, Mário França não gosta e não acha seguro as novas tecnologias e por isso tem o Gandolino, o pombo-correio.
A sala de reuniões de toda esta equipa é no bar do Quim Comandos.
O seu escritório é numa rua típica do Porto, onde temos a Dona Arminda como senhoria, que espera eternidades pela renda e segundo o que ele diz, tem um radar bem afinado para descobrir quando ele tem dinheiro para lhe pagar.
Temos Dona Celestina a merceeira, que adora romances de Tolstói e Dostoiévski.
Também existe a loja chinesa do Dong Ye, que lhe vende hóstias chinesas para o Gandolino, pelo qual o pombo-correio é um autêntico viciado.
Vamos conhecer também o Comissário Montenegro que fica sempre com os “louros” das investigações, embora acerte sempre um bocadinho ao lado. E o agente Sidónio.
E estão apresentadas algumas das personagens mais caricatas.

Desta vez Mário França tem três casos a resolver que se desenrolam em Vila Chã (Vila do Conde) e no Porto.
Um dos casos é apanhar o “artista” que anda a roubar na loja do Dong Ye.
Segundo caso a resolver, quem e porque andam a envenenar com arsénio, Alister Wenguerovius, administrador do Grupo Azygus.
Terceiro caso, Edviges Stout a Presidente do Grupo Azygus, acha que vai morrer alguém em breve e quer que ele o impeça.

Com toda a mestria o autor vai-nos guiando nestas difíceis investigações, “agarrando-nos” desde a primeira página. Com uma escrita muita fluída, com expressões sempre caricatas, e descrições nada massudas e sempre com a sua ironia, consegue envolver-nos nestes mistérios, e quando pensamos que nada tem resolução, eis que a personagem Mário França nos surpreende e tudo desvenda.
Uma obra bem engraçada que recomendo.

Para mais informações passem por aqui.




Opinião da Paula:

Nesta obra, Miguel Miranda começa como todas as grandes obras começam: com um assassinato descrito com mestria que faz com que o leitor fique curioso por ler as páginas seguintes! No entanto, as páginas seguintes não mostram, nem desvendam apenas aquele mistério, são bem mais do que isso, pois há todo o explanar  de História e atenção da nossa História, o que torna a narrativa muito mais apelativa!
O autor, com a sua escrita, por vezes um tanto irónica, outras emotiva, leva o leitor a passear pela cidade do Porto, não só a cidade do presente, mas também do passado! Portanto, temos aqui uma obra que se recomenda!

Opinião do Vasco
Elegante. Sardónico, Esclarecedor.
Muitos saberão que eu sou fã deste autor. Em parte pela forma como escreve e descreve, como sabiamente leva o leitor para onde quer. Por outro lado, Miguel Miranda tende a buscar temas pouco usuais, impróprios e desconhecidos por muitos. Ambas estas faces estão claramente presentes neste livro, embora o seu conteúdo não seja tão profundo e nem deliberado quanto os meus romances favoritos por ele concebidos, o brilhante "Todas as Cores do Vento" e o arrebatador "A Paixão de K". Talvez pelo facto de ser um policial, utilizando como protagonista uma espécie de anti-herói, o melhor detective do mundo - embora quase falido - e amante de óptimas conquistas - embora não seja perito em preservá-las -, juntamente com a sua equipa de aleijados talentosos, a obra perca alguma misticidade que sobra nas que acima referi. Ainda assim, ganha outras coisas. Ganha emoção, mistério e velocidade na acção. Ganha um sentimento de gozo na rotina dos personagens e uma ironia acrescida pelo facto de o tema não ser demasiado sério.
Mas aquilo que mais gostei em "Sem Coração" foi a história em si e que eu desconhecia. Essa é imperdível. Não vou desvendar-vos, mas tem a ver com a oferta que Dom Pedro IV deixou à mais bela cidade do mundo.
Gostei particularmente de ver o meu amigo Joel Cleto presente no enredo.

A Paixão de K, Miguel Miranda

Opinião:
A Paixão de K de Miguel Miranda fala-nos essencialmente, como o título indica, de Paixão. Paixão pela arte, pela vida e no seu extremo por um ser que possa ser perfeito. Mas como a perfeição não existe, o ponto fulcral desta obra, a meu ver é a constante busca desta perfeição.

A determinada altura, deixei de me influenciar pelo título, pois este estava a travar a minha entrada nesta leitura, porque tudo o que li foi a paixão de Perfecto Cuadrado e não de K. Mas “K” também pode ser de “Cuadrado”, daí que também a minha interpretação do título possa ter sido errada.

Perfecto Cuadrado, nasceu perfeito numa terra onde todos nasciam “imperfeitos” e de nome “Pepe”. Onde o seu povo soube tão vem vincar os seus costumes, de maneira que o levava sempre no seu pensamento. Pois, naquela terra nasceu, cresceu, tornou-se homem e lá prometeu vir a ter mais mulheres que o padre D. Gimenez.

A perfeição e a arte estão sempre associadas à sua vida. Pintor e copista (“perfecto” também na arte de copiar), busca a perfeição no corpo da mulher – Josefine K é para ele a perfeição – mais não seja a perfeição que o amor teima em ver.

Esta foi uma leitura que começou algo “morna” mas que rapidamente entrou em “ebulição”. Uma escrita precisa, sem se perder em pormenores (isto é algo a que me vou acostumando,  mas que entendo que para alguns leitores pareça estranho e que, por vezes, possa até parecer que falta informação).

Nesta narrativa, a critica social está presente de uma forma muito pertinente e o mundo da arte é referido com bastante tacto.

Nas ultimas quarenta páginas do livro, há uma reflexão bastante forte sobre o ser  e a sua capacidade de transformação.


Adorei! 
Maravilhada com a escrita de Miguel Miranda!

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