A Paixão de K, Miguel Miranda

Opinião:
A Paixão de K de Miguel Miranda fala-nos essencialmente, como o título indica, de Paixão. Paixão pela arte, pela vida e no seu extremo por um ser que possa ser perfeito. Mas como a perfeição não existe, o ponto fulcral desta obra, a meu ver é a constante busca desta perfeição.

A determinada altura, deixei de me influenciar pelo título, pois este estava a travar a minha entrada nesta leitura, porque tudo o que li foi a paixão de Perfecto Cuadrado e não de K. Mas “K” também pode ser de “Cuadrado”, daí que também a minha interpretação do título possa ter sido errada.

Perfecto Cuadrado, nasceu perfeito numa terra onde todos nasciam “imperfeitos” e de nome “Pepe”. Onde o seu povo soube tão vem vincar os seus costumes, de maneira que o levava sempre no seu pensamento. Pois, naquela terra nasceu, cresceu, tornou-se homem e lá prometeu vir a ter mais mulheres que o padre D. Gimenez.

A perfeição e a arte estão sempre associadas à sua vida. Pintor e copista (“perfecto” também na arte de copiar), busca a perfeição no corpo da mulher – Josefine K é para ele a perfeição – mais não seja a perfeição que o amor teima em ver.

Esta foi uma leitura que começou algo “morna” mas que rapidamente entrou em “ebulição”. Uma escrita precisa, sem se perder em pormenores (isto é algo a que me vou acostumando,  mas que entendo que para alguns leitores pareça estranho e que, por vezes, possa até parecer que falta informação).

Nesta narrativa, a critica social está presente de uma forma muito pertinente e o mundo da arte é referido com bastante tacto.

Nas ultimas quarenta páginas do livro, há uma reflexão bastante forte sobre o ser  e a sua capacidade de transformação.


Adorei! 
Maravilhada com a escrita de Miguel Miranda!

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