Convite…
05/01/2018 by Lígia
Vítima de stalking, António Manuel Ribeiro conta
o inferno que viveu
«Este não é um livro que eu quis, mas é o livro que precisei»
Durante quase dez anos, de 2003 a 2012, António Manuel Ribeiro – vocalista
dos UHF – foi vítima do primeiro caso de stalking mediático a
chegar aos tribunais portugueses. És Meu, Disse Ela, é o
relato desses anos que quase o levaram à loucura com milhares de mensagens,
chamadas, esperas, perseguições, delírios inimagináveis. Chegou às livrarias a 2
de Janeiro.
Cristina/82, a mulher
obcecada pelo músico, levou o seu fascínio ao extremo e fez da vida de António
Manuel Ribeiro um verdadeiro pesadelo. Uma mulher de quem nada sabia começou a
persegui-lo e a atormenta-lo, num cerco infernal. Uma história tão mirabolante
quanto verdadeira. Este foi o primeiro caso de stalking julgado
e condenado em Portugal.
Da loucura da perseguição à incompetência da justiça, És Meu, Disse
Ela é o livro que revela os sentimentos de um homem desesperado, por
não conseguir tomar em mãos as rédeas do seu destino, fustigado pela sombra
sempre presente de uma perseguidora. Mas o homem resistiu e triunfou, porque
nunca desistiu. Deixamos aqui um pequeno excerto: «O leitor irá
encontrar nas páginas deste livro um exército de personagens, reais ou virtuais
(uma nova forma de existir), que acolitaram a agressora nos seus intentos.
Houve disponibilidade, meios e dinheiro para executar um plano. Por vezes o
irreal transmutar-se-á em surreal. Mas aconteceu. Está documentado e integra a
matéria julgada – não há ficção do autor.
Os meus comentários, sendo opiniões, não são juízos de valor, mas tão só a
primeira resposta a uma agressão, a invasão da privacidade que se tornou
persistente, algo que não pedi, mas que interferia com a minha vida, criando
cenários, heterónimos acolitados, novos entusiasmos (mais agressões) que
visavam condicionar-me e manter-me focado. Como as torres e os vigias de um
campo de concentração.
Eram a primeira reacção, a legítima defesa psicológica que afastava o
recurso à violência física. Enquanto o agressor vive sob a capa de ser um
presumível inocente até prova em contrário (trânsito em julgado da sentença
após o expediente dos recursos), a vítima fica entregue ao seu bom senso, ou
não, abandonada pelo sistema judicial enquanto o processo decorre. Lemos
vulgarmente que é feita justiça pelas próprias mãos, quando o desespero vence e
a perda de lucidez acontece. Não foi o meu caso.»
A sessão de lançamento decorre a 6 de Janeiro, às
17h00, na Fnac Colombo. Com apresentação de José Jorge Letria.