Agência de Assassinos, Jack London
26/11/2013 by Vasco
Intrigante. Fiel.
Inovador.
Jack London foi um
visionário, disso ninguém duvida. Dá a sensação que cada livro
que tenha escrito só podia ter sido idealizado por ele. Há,
felizmente, autores que deixam esta marca.
“Agência de
Assassinos” tratar-se-á porventura de um dos livros mais inocentes
e fieis a uma integridade moral que London concebeu. Trata-se de um
livro onde só existe preto e branco e onde não existem barreiras
para se fazer aquilo que tem de ser feito quando se acredita numa
ideologia, sendo ela cega e impossível de ser adaptada a qualquer
realidade.
Jack London oferece
pureza à mente humana e incide a sua narrativa em homens movidos por
uma motivação impossível de ser desvirtuada e interpretada em
função dos acontecimentos. Com isto ele toca em dois pontos
extremos e sensíveis: até onde vai aquele que verdadeiramente
acredita e se dedica a uma ideologia e quão ilógica acaba por se
revelar uma acção quando esta mesma ideologia não é adaptada à
especificidade de uma situação particular.
“Agência de
Assassinos” é, a meu ver, um bom livro e viciante, primeiro pela
forma como a agência nos é explicada, depois pela forma como ela
reage ao seu próprio fim.
E
não é por acaso que dei por mim a associar esta obra escrita há
tantos anos às agências governamentais de espionagem mais
poderosas, assim como às actividades terroristas dos grupos mais
fanáticos que povoam o planeta.
Sinopse
Um grupo de justiceiros
que se arrogam o poder de eliminar seres prejudiciais à sociedade
acaba por se auto-aniquilar, levado pela lógica implacável da
justiça. Nesta estranha fábula, que é também mais uma das suas
trepidantes histórias de aventuras e viagens, Jack London mostra o
que acontece quando as ideias e convicções se tornam mais fortes
que o instinto de sobrevivência. E deixa uma mensagem: "O mundo
tem de reconhecer que a justiça é uma responsabilidade colectiva."