Logo no início da leitura apercebemo-nos que há a tentativa de escrever um livro, de encontrar as palavras certas, de procurar algo significativo que seja digno de ser escrito. Talvez uma procura de si próprio.
Isto faz com que autor volte à sua infância. Uma infância que foi, ou talvez não foi ou ainda é, a infância daquele que escreve.
O certo, é que “o miúdo que pedalava no carro de quatro rodas não consegue pedalar nas palavras. Por mais que os seus dedos procurem não encontra a música perdida.”
Mas descobre ritmos e formas de escrita antes da própria escrita porque no fundo a vida é um livro.
Entre o recordar da infância (quem sabe se a do próprio autor) e a juventude, o ritmo perde-se quando se recorda angustias, medos e injustiças.
Nas últimas frases, Alegre faz referência à Pide mais concretamente à Prisão de S. Paulo em Luanda onde foi severamente interrogado.
Este é um livro de escrita diferente, por vezes, quase que nos apela ao nonsense, tornando-se ao mesmo tempo poético e bastante filosófico.
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Classificação 4/7 bom

6 comentários:

    Concordo com a tua análise, Paula. Este não é dos livros mais atractivos de Alegre; usa uma linguagem muito simbólica, muito filosófica. Pereceu-me um Manuel Alegre com mais reflexão, mais "fibra" :) mas menos poesia.
    Ainda assim gostei :)

     

    Antes de ler qualquer outro do autor, vou optar por começar por "A Terceira Rosa", que o Manuel aconselhou e que depois descobri também aqui a tua opinião muito positiva. :)

     

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    On 16 agosto, 2010 Paula disse...

    Manuel,
    Eu gostei desta leitura, mas confesso que estava com expectativas altas e talvez por isso estava a esperar mais. No entanto não deixa de ser uma leitura muito boa e sem dúvida que filosófica.
    Abraço

    Tonsdeazul,
    Para começar também aconselho a Terceira Rosa. Adorei e sei que também vais gostar.
    Abraço

    Alice_
    Parabéns e obrigado

     

    Eu gosto da escrita do Manuel Alegre. Li apenas dois livros dele, o Cão Como Nós e o Alma, ambos auto-biográficos. Embora goste da escrita dele, não me tem apetecido ler mais sobre a vida dele... porque aparentemente todos, ou a maioria, dos romances dele têm algo de biográfico e relativo à sua infância. Acho que é por isso que não tenho muita curiosidade por este mais recente livro dele.

     
    On 18 agosto, 2010 Paula disse...

    N. Martins,
    "A Terceira Rosa" é fantástico também, acho que irias gostar!
    Abraço

     

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