A Ronda Nocturna - Olavo Bilac
04/07/2009 by Paula
Noite cerrada, tormentosa, escura,
Lá fora. Dorme em trevas o convento.
Queda imoto o arvoredo. Não fulgura
Uma estrela no torvo firmamento.
Dentro é tudo mudez. Flebil murmura,
De espaço a espaço, entanto, a voz do vento:
E há um rasgar de sudários pela altura,
Passo de espectros pelo pavimento...
Mas, de súbito, os gonzos das pesadas
Portas rangem...Ecoa surdamente
Leve rumor de vozes abafadas.
E, ao clarão de uma lâmpada tremente,
Do claustro sob a tácitas arcadas
Passa a ronda noturna, lentamente...
Olavo Bilac
Lá fora. Dorme em trevas o convento.
Queda imoto o arvoredo. Não fulgura
Uma estrela no torvo firmamento.
Dentro é tudo mudez. Flebil murmura,
De espaço a espaço, entanto, a voz do vento:
E há um rasgar de sudários pela altura,
Passo de espectros pelo pavimento...
Mas, de súbito, os gonzos das pesadas
Portas rangem...Ecoa surdamente
Leve rumor de vozes abafadas.
E, ao clarão de uma lâmpada tremente,
Do claustro sob a tácitas arcadas
Passa a ronda noturna, lentamente...
Olavo Bilac
Um prazer ler Olavo Bilac em silêncio, e depois ouvir esta bela música e voz...
cordialmente
_____________ JRMarto
Tens um selinho especial, já sei que já o recebeste, mas aqui fica mais uma vez atribuida. :)
Um grande beijinho!
Não sei porquê, mas este poema deixa-me inquieto!
No entanto atrai , já o li duas vezes…
Abraço
Vaandando:
Também adoro esta música. Gosto de ler ao som de Emma Shaplin
Flicka:
Olá, já lá fui ao teu blog ;)
Beijinhos e obrigado pelo selo.
Argos:
Acho que tem muito de misterioso este poema. Tem tanto que não consegui encontrar nenhuma imagem apropriada...
Abraços
Para continuar o diálogo poético:
[...]
«E há nevoentos desencantos
Dos encantos dos pensamentos
Nos santos lentos dos recantos
Dos bentos cantos dos conventos...
Prantos de intentos,lentos, tantos
Que encantam os atentos ventos.»
Fernando Pessoa