“Perguntem a Sarah Gross” de João Pinto Coelho (Opinião)
07/08/2018 by Lígia
Sinopse:
Finalista do prémio LeYa em 2014.
Em 1968, Kimberly Parker, uma jovem professora
de Literatura, atravessa os Estados Unidos para ir ensinar no colégio mais
elitista da Nova Inglaterra, dirigido por uma mulher carismática e misteriosa
chamada Sarah Gross. Foge de um segredo terrível e procura em St. Oswald’s a paz
possível com a companhia da exuberante Miranda, o encanto e a sensibilidade de
Clement e sobretudo a cumplicidade de Sarah. Mas a verdade persegue Kimberly
até ali e, no dia em que toma a decisão que a poderia salvar, uma tragédia
abala inesperadamente a instituição centenária, abrindo as portas a um passado
avassalador. Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia; à
sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma
cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevivência
para a qual ninguém a preparou. Rigoroso, imaginativo e profundamente
cinematográfico, com diálogos magistrais e personagens inesquecíveis, Perguntem
a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se
tornou o mais famoso campo de extermínio da História.
Opinião:
Obras de ficção este ano já li uma que adorei e
que me marcou, felizmente posso aqui “dizer” que esta do autor João Pinto
Coelho é a segunda. Como já aqui referi em outras ocasiões, temos autores
portugueses que não são bons, são simplesmente excelentes.
“Perguntem a Sarah Gross”, deixa-nos curiosos e
ávidos de saber mais e mais, da primeira há ultima página, consegue fazer-nos
sentir toda a tristeza e angustia que as personagens carregam. Mesmo assim a
nossa curiosidade aumenta a cada página e queremos saber mais sobre o que Sarah
Gross viveu, personagem que tem uma história riquíssima.
A obra vai “saltando” entre e passado e o
presente de Sarah, ao mesmo tempo que vamos conhecendo os segredos e receios de
Kimberly Parker.
Quando pensamos que já sabemos tudo sobre estas
duas personagens, afinal ainda resta algo mais que nos vai surpreender.
Mais uma vez fico perplexa com a existência de
pessoas tão maldosas e que só estão bem com sofrimento dos outros, mas mesmo
num cenário de terror existem pessoas generosas, humildes e sem rancor por aqueles
que lhe tiraram tudo e fizeram sofrer sem motivo.
Uma obra comovente.