“Deixei-te Ir” de Clare Mackintosh (Opinião)
15/08/2018 by Lígia
Sinopse:
Numa fração de segundos, um acidente trágico
faz desabar o mundo de Jenna Gray, obrigando uma mãe a viver o seu pior
pesadelo. Nada poderia ter feito para evitar esse acidente. Ou poderia? Essa é
a pergunta que a inquieta quando tenta deixar para trás tudo o que conhece,
procurando um novo recomeço refugiada num chalé isolado na costade Gales.Também
o detetive Ray Stevens, responsável pela investigação por este caso que procura
a verdade, começa a ser consumido pela sua entrega ao mesmo, deixando a vida
pessoal e profissional à beira do precipício. À medida que o detetive e a sua
equipa vão juntando as pontas do mistério, Jenny, lentamente, permite-se
vislumbrar uma luz de esperança no futuro, o que lhe dá alguma segurança, mas é
o passado que está prestes a apanhá-la, e as consequências serão devastadoras.
Opinião:
Quem
nos vai “visitando” aqui no blogue e me vai “conhecendo”, já se apercebeu que
em grande parte das leituras deixo-me invadir muito pela parte emocional. Desde
muito pequena que nas leituras que faço, que encarno de tal forma algumas das
personagens que é como se e estivesse a viver tudo o que ali se está a tratar.
Sinto as aflições, as angustias e alegrias das personagens…é mais forte que eu…
Com esta obra aconteceu-me o mesmo. Talvez por ter um filhote e por este achar
que está muito crescido para andar de mão dada comigo na rua, durante esta
leitura cheguei ao ponto de durante a noite, ter pesadelos em que o menino
atropelado era o meu filho e eu era a mãe desorientada que morria de dor e
aflição.
Pois
esta obra conseguiu infligir-me uma dor tão profunda, conseguiu fazer com que
achasse que tal como aquela mãe a minha vida não tinha mais sentido e que não
iria conseguir viver mais um segundo sem o meu menino… foi como se a tivesse “encarnado”.
Eu sei que é exagerado, que não me devia deixar influenciar desta forma, que
tudo é ficção, mas infelizmente é algo que é bem real para muitos, e por isso é
tão difícil conseguir separar as coisas, mas também é verdade que nem todos os
autores conseguem fazer com que os leitores tenham esta “guerra” interior.
Durante
a obra vamos “estando” ora no passado ora no presente, e vamos conhecendo a
vida de uma mãe que o deixou de ser, ao mesmo tempo que vamos seguindo as
pistas desta investigação. Mas nem tudo o que parece é, e a autora consegue “enganar-nos”
ao partilhar o sofrimento de uma personagem que não era aquela que pensávamos
que fosse… eu sei que estou a deixar-vos confusos, mas só lendo vocês vão
compreender…
Uma
leitura a não perder, tanto para os mais ou menos sensíveis…