“Adão e Eva no Paraíso seguido de O Senhor Diabo” de Eça de Queiroz (Divulgação)
01/02/2018 by Lígia
Nas
livrarias a 6 de Fevereiro
Sinopse:
Adão
e Eva no Paraíso, seguido de O Senhor Diabo e outros contos inclui todos os
contos que Eça deixou completos e publicou em vida.
Jorge
Luís Borges dizia que o conto «serve para expressar um tipo especial de emoção,
de signo muito parecido com a poética, mas não sendo apropriado para ser
exposto poeticamente, representando uma narrativa próxima da novela, mas
diferente dela na técnica e na intenção», e Eça parece antecipar todas as
características do conto moderno. Como diria António José Saraiva, para Eça «o
conto é geralmente uma tese e uma fantasia; ou melhor, uma tese revestida de
fantasia – melhor ainda uma fantasia armada sobre uma tese». Há a promessa de
satisfazer o gosto de cada um dos leitores, pois aqui se encontram os temas
predilectos de Eça: a impossibilidade de realização do amor, o adultério, o
divino, a crítica à cultura burguesa, até o fantástico. Eça explora e tira o
máximo partido deste género literário, dando assim asas a uma maior
criatividade da sua escrita.
Autor:
Eça
de Queiroz. Nasceu a 25 de Novembro de 1845 na Póvoa do Varzim. Por não ser reconhecido
pela mãe, viveu até aos 4 anos em Vila do Conde, com a madrinha. Em 1849, os
pais casaram-se e Eça mudou-se para casa dos avós paternos, em Aveiro. Só aos
10 anos regressou ao Porto e se juntou aos pais. Concluídos os estudos liceais
no Colégio da Lapa, ruma a Coimbra em 1861 para cursar Direito. É aí que
conhece Antero de Quental e Teófilo Braga. Já formado, vai de malas e bagagens
para Lisboa em 1866, e é na capital que se dedica à advocacia, mas também ao
jornalismo, dirigindo o Distrito de Évora e publicando folhetins na Gazeta de
Portugal, que seriam reunidos anos mais tarde em Prosas Bárbaras.
Depois
de viajar pela Palestina, Síria e pelo Egipto e assistir à inauguração do Canal
do Suez, em 1869 – viagem que desaguaria, mais tarde, em títulos como O Egipto
e A Relíquia – envolve-se nas Conferências do Casino e começa a espalhar As
Farpas, em 1871, um ano depois de ter publicado O Mistério da Estrada de
Sintra, no Diário de Notícias, ambos a quatro mãos, com Ramalho Ortigão.
Ingressa
depois na carreira diplomática, e é em Leiria, como administrador do concelho,
que escreve O Crime do Padre Amaro. Entre 1873 e 1875, exerce o cargo de cônsul
em Havana, Cuba, e é depois transferido para Inglaterra. Durante os dois anos
que se seguem, envia textos de Bristol e Newcastle para a imprensa nacional e
brasileira, inicia a escrita de O Primo Basílio e faz os primeiros esboços para
Os Maias e O Mandarim. Regressa à pátria com 40 anos e casa-se, em 1886, com
Emília de Castro Pamplona, onze anos mais jovem. Em 1888, é enviado para o
consulado de Paris. Segue-se a publicação d’Os Maias e, nos periódicos, de
Correspondência de Fradique Mendes e A Ilustre Casa de Ramires.
Fundador
da Revista de Portugal, de que é também director, visita frequentemente o país,
aproveitando as estadas para jantar com os Vencidos da Vida. É no Paris de
Jacinto, de A Cidade e as Serras – título que, como muitos da sua obra, só
viria a ser publicado postumamente –, que vem a falecer a 16 de Agosto de 1900,
vítima de doença prolongada.
A Arte de contista de Eça de Queiroz anda um pouco esquecida e este livro oferece-nos uma oportunidade de a descobrir.
Bom dia!
Excelente esta sua introdução/divulgação com essas citações tão poéticas!