Neste mês de Fevereiro, a editora “Casa das Letras” do grupo LEYA 
vai colocar nas livrarias dois romances de João Morgado.





Reedita o “Diário dos Infiéis”, de 2010, romance de estreia do autor, 
e lança a primeira edição do “Diário dos Imperfeitos”, prémio Literário Vergílio Ferreira 2012.

Entretanto, estas duas obras foram já adaptadas para teatro pela ASTA – Associação de Teatro e outras Artes.

DIÁRIO DOS INFIÉIS
Nunca fica tudo dito sobre um amor que acaba.
O mais puro erotismo da literatura portuguesa actual.



​Um romance maduro sobre homens e mulheres, casamento e infidelidade, desejo e amor. A solidão entre duas pessoas e o que ficou por dizer depois do adeus.
Numa viagem ao mundo do erotismo, descobrem que tudo se resume ao desejo ou à falta dele. E num diário de emoções íntimas, quatro casais, oito personagens, falam na primeira pessoa do que sentem dentro de si e em relação aos outros. Concluem que, cada um à sua maneira, todos acabaram por ser infiéis: por actos, pensamentos ou omissões. Um pecado que lhes valeu o castigo de não serem felizes para sempre.

Mas o que os faria felizes? Não sabem. Estão presos aos segredos do passado e aos medos do futuro. Por isso o espelho reflecte homens frágeis, acomodados e instintivos; Mulheres emocionalmente imaturas, reprimidas e artificiais.

Com vidas entrelaçadas, cada um escreve no diário a sua viagem pelo mundo do sexo, do desejo, do pudor, do egoísmo, do amor-próprio, do envelhecimento, do sonho e da morte… enfim, a matéria-prima da qual se faz a vida de gente banal. “Sobre nós ninguém escreverá um romance”, diz um dos personagens.


Excerto:

"As mulheres são um cheiro. É pelo cheiro que as catalogamos no íntimo arquivo dos desejos. «A que cheira uma mulher?», perguntou-me, um dia, a Diana. «Uma rosa cheira a rosa. Um cravo cheira a cravo. Não sei a que cheira uma orquídea. Mas sei que todas as orquídeas cheiram igual», respondi. Já as mulheres, nenhuma repete o cheiro. As que nos refrescam têm cheiro de rio, as que nos enchem têm cheiro de mar. Todas as mulheres têm um cheiro húmido. Como a boca. Como o sexo. Só gostamos de uma mulher quando gostamos do seu cheiro. Quando tudo nos leva a bebê-la, como um chá quente, excitante, aromático. Se não gostarmos do seu cheiro, não conseguimos amá-la, nem na pele nem na alma. Podemos ser amigos, companheiros, nunca amantes. Amar é beber um cheiro. É transportá-lo para dentro de nós. Amamos uma mulher quando cheiramos ao seu cheiro…”

DIÁRIO DOS IMPERFEITOS
O que é mais importante na nossa vida? O amor ou o desejo? A moral ou o prazer?
Todas as pessoas são imperfeitas!



«Diário dos Imperfeitos» é uma viagem à intimidade das pessoas. Vítima de um acidente, a “Gaivota” é uma mulher que precisa de redescobrir todas as emoções sequestradas dentro de si. Ao mesmo tempo, reaprende a conhecer o seu corpo - uma aventura refreada pela moral, pela sombra do pecado, e pelo medo que pode levar à própria insanidade. Uma luta interior entre o bem e o mal, que leva a uma inevitável conclusão: todas as pessoas são imperfeitas!
Como irá reagir de novo à sua realidade? Voltará a ser quem era? E os que estão a seu lado, como vão sobreviver a esta viagem? Uma escrita intimista, que procura descortinar os sentidos e as emoções dos diferentes personagens. Do prazer mais carnal ao amor puro, passando pela falsa moral da sociedade e da religião.
Pelo meio, a filosofia simples de duas personagens inusitadas - a mulher que lê pensamentos e um pintor de sóis na parede. São eles que levam o narrador a perceber os sentimentos da “Gaivota” e nos ajudam a reflectir sobre temas tão controversos como o amor, o desejo, o sentimento de culpa ou o próprio nojo.

Excerto:

«…Porque não nos amamos aqui na calçada do passeio? Primeiro nas pedras brancas e depois nas pedras pretas e assim sucessivamente até casa? Quantas pedras temos para nos amar, da beira-mar à beira-cama? Da beira-quero-te à beira-tenho-te? Quantas pedras? Brancas? Pretas? Quantas?
Emília, tenho sede da tua pele, da tua pele mais branca, mais íntima, mais húmida, mais virgem, da tua pele mais pecadora, da tua pele mais pele, da tua pele de corpo, nua, crua, onde possam chover beijos da minha língua sedenta, lambidos, desavergonhados à beira-das-bocas em que se entra em ti, à beira-de-dentro-de-ti. (…)»

«As mulheres caladas são perigosas. Comem as palavras e transformam-nas em veneno», filosofava o pintor. «Devemos calar uma mulher com um beijo, mas nunca se deve beijar uma mulher calada. É perigoso, muito perigoso…», repetia enquanto dava cor às paredes. «Dentro de uma mulher cabe um homem, cabe um filho, cabe o mundo inteiro se preciso for… menos as palavras. As mulheres não foram feitas para terem palavras dentro delas. Por isso falam tanto. Precisam falar para não morrerem envenenadas…»

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