"Índice Médio de Felicidade", David Machado - 5ª Leitura Conjunta
25/03/2014 by Vasco
Sinopse
Daniel tinha um plano, uma espécie de diário do futuro, escrito num
caderno. Às vezes voltava atrás para corrigir pequenas coisas, mas, ainda
assim, a vida parecia fácil - e a felicidade também. De repente, porém, tudo se
complicou: Portugal entrou em colapso e Daniel perdeu o emprego, deixando de
poder pagar a prestação da casa; a mulher, também desempregada, foi-se embora
com os filhos à procura de melhores oportunidades; os seus dois melhores amigos
encontram-se ausentes: um, Xavier, está trancado em casa há doze anos, obcecado
com as estatísticas e profundamente deprimido com o facto de o site que criaram
para as pessoas se entreajudarem se ter revelado um completo fracasso; o outro,
Almodôvar, foi preso numa tentativa desesperada de remendar a vida. Quando
pensa nos seus filhos e no filho de Almodôvar, Daniel procura perceber que tipo
de esperança resta às gerações que se lhe seguem. E não quer desistir. Apesar
dos escombros em que se transformou a sua vida, a sua vontade de refazer tudo
parece inabalável. Porque, sem futuro, o presente não faz sentido.
Índice Médio de Felicidade é um romance admirável e extremamente actual sobre um optimista que luta até ao fim pela sua vida e pela felicidade daqueles que ama. Dramático e realista, mas com momentos hilariantes, confirma o talento de David Machado como um dos melhores ficcionistas da sua geração.
Índice Médio de Felicidade é um romance admirável e extremamente actual sobre um optimista que luta até ao fim pela sua vida e pela felicidade daqueles que ama. Dramático e realista, mas com momentos hilariantes, confirma o talento de David Machado como um dos melhores ficcionistas da sua geração.
Opinião da Paula
Esperança! Esta é a
palavra chave deste livro! Daniel, Xavier e Almodôvar, são três amigos aos
quais o destino trama o imprevisível! De uma vida estável, passam para uma vida
agitada, onde o desemprego se instala e consequentemente a crise financeira. Almodôvar desiste, o Xavier permanece apático e o Daniel luta. Luta como se não
houvesse amanhã. Mas não luta só por si, luta por todos, por todos os que necessitam
de ajuda mesmo que isto queira dizer: prejudicar-se em prol do outro.
Daniel é o símbolo do
optimismo, da esperança, da força de vencer. Daniel é a vida que insiste
fazer-se sentir a cada minuto perante as inúmeras dificuldades que se impõem à
sua passagem.
Uma obra a ser lida por
todos ou por muitos! Uma obra que nos remete para a actualidade deste mundo em
que vivemos.
Gostei, aconselho sem
reservas!
Opinião do Vasco
Genial. Fatídico.
Empolgante.
Um grande livro do David
Machado. É assim que o considero. Na verdade, o “Índice Médio de
Felicidade” acabou por ser uma das leituras que mais gozo me deu
nos últimos meses. É um livro que tem tudo, parecendo não ter
nada, da mesma forma que o protagonista tenta dar tudo, parecendo não
receber nada.
O autor criou aqui uma
história de todos e de ninguém. De todos, porque nos traz uma
realidade presente ao virar de cada esquina. De ninguém, porque
dificilmente alguém passaria as situações que a personagem
principal teve de passar.
Trata-se de um livro que
desafia a humanidade dos homens, o azar do acaso, a segurança – ou
falta dela – dos passos dados pelos membros integrantes de uma
sociedade cada vez mais instável, o sentido de levar uma vida como
todos a levam, a vontade de desistir após cair. Na realidade, esta
narrativa desafia o sentido das coisas, de todas as coisas; desafia
também, e principalmente, o sentido daquilo a que chamamos
felicidade, embora esta não tenha o mesmo significado para todos.
A obra em si é
brilhante. O tema, e a forma como é desenvolvido, revela-se original
e arrojado. A narração é de uma intensidade ímpar.
Resta-me deixar uma
última indicação. A forma como o texto está exposto, num registo
de revolta permanente do protagonista, deixou-me absolutamente
maravilhado.
É caso para dizer: mas
que livro!
Uma obra que nos chama para a realidade envolvente. Para uma realidade vista sobre várias perspectivas.
O Vasco representa a juventude de hoje, a juventude que estava acostumada às facilidades de outrora e que de um momento para o outro deixa de as ter.
A viagem final, a meu ver, não só serviu de ajuda ao próximo mas principalmente a eles próprios. Mais uma vez a "esperança à vista"!
Um livro magnífico!
Esse Vasco não sou eu, para que se conste...
ahahah
Não teve assim tanta piada. Só merecia dois "ah"'s...
Vasco,
Tens de me emprestar esse livro...fiquei curiosa!
Não sei...
Olá
Realmente o livro é fabuloso, adorei mesmoooo. :)
Embora o meu filho seja muito mais novo, que as crianças do livro, coloquei-o muitas vezes na pele de cada um deles e coloquei-me a mim muitas vezes na da do Daniel, acho que talvez por isso tenha vivido mais intensamente esta leitura.
Apesar da crise que atravessamos, tenho vivido sem grandes dificuldades e ao ler este livro questionei e pensei em muita “coisa”.
E se de repente ficasse desempregada e não pudesse continuar dar a atenção k dou ao meu filho? Será que ele se iria tornar num menino como o Vasco (a personagem do livro)?
E se ele ao ver que hoje em dia está tudo tão mau, tão difícil quer para quem tem um curso superior, quer para quem o não tem, desistia de estudar e ficaria uma criança sem esperança como a Flor chegou a ficar?
E se um dia ele concluir que deveria ser mais feliz, como reagiria ele e eu?
Será que faria tantas loucuras como o Daniel depois de tanto tempo desempregada e se toda a minha vida se fosse desmoronando ao poucos como a dele?
E quando o Vasco (a personagem do livro) se tornou muito amigo da Flor, a primeira reacção que tive foi igual à da do Daniel, mas entretanto eu e ele aprendemos uma grande lição, quando afinal a Flor é que “encaminhou” o Vasco. :)
Será que perante as mesmas dificuldades, eu conseguiria ajudar outra pessoa como ele ajudou? Mesmo com todas as dúvidas que ele teve, e arrependimentos que ia tendo, será que eu faria o correto?
As “conversas” dele (o Daniel) com o “Almodôvar” por vezes faziam-me lembrar os desenhos animados. Quando nos desenhos animados, em alguma personagem aparece uma anjinho ao ombro para o pôr no bom caminho e no outro ombro o diabinho para o desencaminhar. Geralmente o Almodôvar parecia-me o anjinho :)
Gosto de livros assim, que me fazem pensar e questionar :)
Obrigada por esta leitura, ainda não conhecia o David Machado. :)
Desculpem se disse muitos disparates e a maçada de vos fazer ler isto tudo :D
Aguardo pela escolha da 7ª leitura. ;)
Lígia
Qual disparate, qual quê, Lígia? Foi tudo muito bem dito.
Admito, aqui e agora, que foi a Paula que sugeriu o livro.
Obrigado, Paula.
(este agradecimento foi doloroso, espero que não se volte a repetir)
Olá Lígia, adorei o teu comentário (e sim Vasco - administrador deste blogue - também gostei do teu). É um livro que nos faz pensar e repensar muita coisa que se passa à nossa volta... é de facto uma leitura excelente!
E obrigada Vasco pelo teu agradecimento ^_________^ mas quem me fez sugerir este livro foi a tons de azul :P li no blogue dela um comentário muito bom e como normalmente identifico-me com os livros que a Susana lê... resolvi arriscar neste também!
A 7ª leitura... Vasco já pensaste nos livros? Lígia queres sugerir alguns? Se algum visitante quiser sugerir, estamos abertos a sugestões...
Abraços
Olá, bom dia :)
Paula, já que disseste que podíamos dar sugestões, aqui vão as minhas. :)
Hoje chegou às minhas mãos o livro “Meio Sol Amarelo” da Chimamanda Ngozi Adichie. Dizem que é muito bom, eu já li o Americanah e gostei.
Dia 3 de Abril é o lançamento da “Biografia Involuntária dos Amantes” do João Tordo, os livros dele costumam ser muito interessantes.
O outro escritor português que vocês sugeriram para a 6ª leitura, o Pedro Guilherme Moreira, o livro que propuseram parece bastante interessante, podia ir novamente a votação.
Acho excelente proporem em todas as votações dois escritores portugueses. :)
De qualquer forma seja o que for que vocês proponham eu alinho, já que todas as proposta são sempre boas. :)
Lígia
Lígia,
O João Tordo é sempre uma óptima sugestão, a meu ver.
Quanto a "Meio Sol Amarelo" também me parece bem.
O primeiro livro do Pedro Guilherme-Moreira é excelente. Este também será certamente.
Paula, acho que há aqui boas sugestões! ^_^
Eu também acho Vasco, avança com o post das propostas ;)
Vês como ela é mandona, Lígia?
Trata-me assim diariamente... Aliás, acho que até foi carinhosa, de certa forma...
Era óbvio que iriam gostar deste "Índice Médio de Felicidade"! :)
:)
Adorei o blog, já estou seguindo!
Obrigado, Rê Antunes. Seja bem-vindo. :)