Sinopse
Daniel tinha um plano, uma espécie de diário do futuro, escrito num caderno. Às vezes voltava atrás para corrigir pequenas coisas, mas, ainda assim, a vida parecia fácil - e a felicidade também. De repente, porém, tudo se complicou: Portugal entrou em colapso e Daniel perdeu o emprego, deixando de poder pagar a prestação da casa; a mulher, também desempregada, foi-se embora com os filhos à procura de melhores oportunidades; os seus dois melhores amigos encontram-se ausentes: um, Xavier, está trancado em casa há doze anos, obcecado com as estatísticas e profundamente deprimido com o facto de o site que criaram para as pessoas se entreajudarem se ter revelado um completo fracasso; o outro, Almodôvar, foi preso numa tentativa desesperada de remendar a vida. Quando pensa nos seus filhos e no filho de Almodôvar, Daniel procura perceber que tipo de esperança resta às gerações que se lhe seguem. E não quer desistir. Apesar dos escombros em que se transformou a sua vida, a sua vontade de refazer tudo parece inabalável. Porque, sem futuro, o presente não faz sentido.
Índice Médio de Felicidade é um romance admirável e extremamente actual sobre um optimista que luta até ao fim pela sua vida e pela felicidade daqueles que ama. Dramático e realista, mas com momentos hilariantes, confirma o talento de David Machado como um dos melhores ficcionistas da sua geração.




Opinião da Paula
Esperança! Esta é a palavra chave deste livro! Daniel, Xavier e Almodôvar, são três amigos aos quais o destino trama o imprevisível! De uma vida estável, passam para uma vida agitada, onde o desemprego se instala e consequentemente a crise financeira. Almodôvar desiste, o Xavier permanece apático e o Daniel luta. Luta como se não houvesse amanhã. Mas não luta só por si, luta por todos, por todos os que necessitam de ajuda mesmo que isto queira dizer: prejudicar-se em prol do outro.
Daniel é o símbolo do optimismo, da esperança, da força de vencer. Daniel é a vida que insiste fazer-se sentir a cada minuto perante as inúmeras dificuldades que se impõem à sua passagem.
Uma obra a ser lida por todos ou por muitos! Uma obra que nos remete para a actualidade deste mundo em que vivemos.
Gostei, aconselho sem reservas!

Opinião do Vasco
Genial. Fatídico. Empolgante.
Um grande livro do David Machado. É assim que o considero. Na verdade, o “Índice Médio de Felicidade” acabou por ser uma das leituras que mais gozo me deu nos últimos meses. É um livro que tem tudo, parecendo não ter nada, da mesma forma que o protagonista tenta dar tudo, parecendo não receber nada.
O autor criou aqui uma história de todos e de ninguém. De todos, porque nos traz uma realidade presente ao virar de cada esquina. De ninguém, porque dificilmente alguém passaria as situações que a personagem principal teve de passar.
Trata-se de um livro que desafia a humanidade dos homens, o azar do acaso, a segurança – ou falta dela – dos passos dados pelos membros integrantes de uma sociedade cada vez mais instável, o sentido de levar uma vida como todos a levam, a vontade de desistir após cair. Na realidade, esta narrativa desafia o sentido das coisas, de todas as coisas; desafia também, e principalmente, o sentido daquilo a que chamamos felicidade, embora esta não tenha o mesmo significado para todos.
A obra em si é brilhante. O tema, e a forma como é desenvolvido, revela-se original e arrojado. A narração é de uma intensidade ímpar.
Resta-me deixar uma última indicação. A forma como o texto está exposto, num registo de revolta permanente do protagonista, deixou-me absolutamente maravilhado.
É caso para dizer: mas que livro!

17 comentários:

    On 25 março, 2014 Paula disse...

    Uma obra que nos chama para a realidade envolvente. Para uma realidade vista sobre várias perspectivas.
    O Vasco representa a juventude de hoje, a juventude que estava acostumada às facilidades de outrora e que de um momento para o outro deixa de as ter.
    A viagem final, a meu ver, não só serviu de ajuda ao próximo mas principalmente a eles próprios. Mais uma vez a "esperança à vista"!
    Um livro magnífico!

     
    On 25 março, 2014 Vasco disse...

    Esse Vasco não sou eu, para que se conste...

     
    On 25 março, 2014 Paula disse...

    ahahah

     
    On 25 março, 2014 Vasco disse...

    Não teve assim tanta piada. Só merecia dois "ah"'s...

     

    Vasco,
    Tens de me emprestar esse livro...fiquei curiosa!

     
    On 26 março, 2014 Vasco disse...

    Não sei...

     
    On 26 março, 2014 Anónimo disse...

    Olá

    Realmente o livro é fabuloso, adorei mesmoooo. :)

    Embora o meu filho seja muito mais novo, que as crianças do livro, coloquei-o muitas vezes na pele de cada um deles e coloquei-me a mim muitas vezes na da do Daniel, acho que talvez por isso tenha vivido mais intensamente esta leitura.

    Apesar da crise que atravessamos, tenho vivido sem grandes dificuldades e ao ler este livro questionei e pensei em muita “coisa”.

    E se de repente ficasse desempregada e não pudesse continuar dar a atenção k dou ao meu filho? Será que ele se iria tornar num menino como o Vasco (a personagem do livro)?

    E se ele ao ver que hoje em dia está tudo tão mau, tão difícil quer para quem tem um curso superior, quer para quem o não tem, desistia de estudar e ficaria uma criança sem esperança como a Flor chegou a ficar?

    E se um dia ele concluir que deveria ser mais feliz, como reagiria ele e eu?

    Será que faria tantas loucuras como o Daniel depois de tanto tempo desempregada e se toda a minha vida se fosse desmoronando ao poucos como a dele?

    E quando o Vasco (a personagem do livro) se tornou muito amigo da Flor, a primeira reacção que tive foi igual à da do Daniel, mas entretanto eu e ele aprendemos uma grande lição, quando afinal a Flor é que “encaminhou” o Vasco. :)

    Será que perante as mesmas dificuldades, eu conseguiria ajudar outra pessoa como ele ajudou? Mesmo com todas as dúvidas que ele teve, e arrependimentos que ia tendo, será que eu faria o correto?

    As “conversas” dele (o Daniel) com o “Almodôvar” por vezes faziam-me lembrar os desenhos animados. Quando nos desenhos animados, em alguma personagem aparece uma anjinho ao ombro para o pôr no bom caminho e no outro ombro o diabinho para o desencaminhar. Geralmente o Almodôvar parecia-me o anjinho :)

    Gosto de livros assim, que me fazem pensar e questionar :)

    Obrigada por esta leitura, ainda não conhecia o David Machado. :)

    Desculpem se disse muitos disparates e a maçada de vos fazer ler isto tudo :D

    Aguardo pela escolha da 7ª leitura. ;)

    Lígia

     
    On 26 março, 2014 Vasco disse...

    Qual disparate, qual quê, Lígia? Foi tudo muito bem dito.

    Admito, aqui e agora, que foi a Paula que sugeriu o livro.

    Obrigado, Paula.
    (este agradecimento foi doloroso, espero que não se volte a repetir)

     
    On 27 março, 2014 Paula disse...

    Olá Lígia, adorei o teu comentário (e sim Vasco - administrador deste blogue - também gostei do teu). É um livro que nos faz pensar e repensar muita coisa que se passa à nossa volta... é de facto uma leitura excelente!

    E obrigada Vasco pelo teu agradecimento ^_________^ mas quem me fez sugerir este livro foi a tons de azul :P li no blogue dela um comentário muito bom e como normalmente identifico-me com os livros que a Susana lê... resolvi arriscar neste também!

    A 7ª leitura... Vasco já pensaste nos livros? Lígia queres sugerir alguns? Se algum visitante quiser sugerir, estamos abertos a sugestões...

    Abraços

     
    On 27 março, 2014 Anónimo disse...

    Olá, bom dia :)

    Paula, já que disseste que podíamos dar sugestões, aqui vão as minhas. :)

    Hoje chegou às minhas mãos o livro “Meio Sol Amarelo” da Chimamanda Ngozi Adichie. Dizem que é muito bom, eu já li o Americanah e gostei.

    Dia 3 de Abril é o lançamento da “Biografia Involuntária dos Amantes” do João Tordo, os livros dele costumam ser muito interessantes.

    O outro escritor português que vocês sugeriram para a 6ª leitura, o Pedro Guilherme Moreira, o livro que propuseram parece bastante interessante, podia ir novamente a votação.

    Acho excelente proporem em todas as votações dois escritores portugueses. :)

    De qualquer forma seja o que for que vocês proponham eu alinho, já que todas as proposta são sempre boas. :)

    Lígia

     
    On 27 março, 2014 Vasco disse...

    Lígia,

    O João Tordo é sempre uma óptima sugestão, a meu ver.

    Quanto a "Meio Sol Amarelo" também me parece bem.

    O primeiro livro do Pedro Guilherme-Moreira é excelente. Este também será certamente.

    Paula, acho que há aqui boas sugestões! ^_^

     
    On 27 março, 2014 Paula disse...

    Eu também acho Vasco, avança com o post das propostas ;)

     
    On 27 março, 2014 Vasco disse...

    Vês como ela é mandona, Lígia?
    Trata-me assim diariamente... Aliás, acho que até foi carinhosa, de certa forma...

     

    Era óbvio que iriam gostar deste "Índice Médio de Felicidade"! :)

     
    On 28 março, 2014 Vasco disse...

    :)

     

    Adorei o blog, já estou seguindo!

     
    On 10 abril, 2014 Vasco disse...

    Obrigado, Rê Antunes. Seja bem-vindo. :)

     

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