Opinião:
A narrativa da obra "O Quarto Arcano - O Anjo Negro" de Florencia Bonelli desenrola-se no início do sec XIX. As colónias espanholas da América encontram-se fortemente agitadas, pois almejam libertar-se da coroa de Espanha. É neste contexto de instabilidade que os nossos personagens se movem.
Temos Melody, uma mulher de personalidade forte e muito bonita, a quem os escravos apelidaram de Anjo Negro, pois contam com ela para os socorrer sempre que necessitam.
Roger Blackraven, um inglês, com um passado complicado é caracterizado no início do romance como um homem sem paciência e com falta de tolerância, um homem alto e bonito. Saliente-se que também é um "mestre" na arte sexual. A autora faz questão de realçar e de dar a entender ao leitor que este é um homem que conhece o corpo feminino. Conhece cada canto da mulher e satisfaz-se dando-lhe prazer. Durante muitos anos levou uma vida nómada. “galgando” mares em busca de barcos inimigos e envolvendo-se algumas vezes no tráfego de escravos. Napoleão Bonaparte pretende capturá-lo para servir França.
Este é um romance que contempla amor, ódios, vinganças, investigação e muito sexo.
O tema da escravatura, através da personagem Melody está sempre muito presente - a forma como os escravos eram tratados, como trabalhavam, como a igreja os via...
Até um certo momento da obra achei que a parte histórica do romance estava em pé de igualdade para com a estória em si. Porém, depois dos dois personagens que mencionei a cima se conhecerem, a narrativa perde muito. A certa altura, são eles o mais importante da estória, todo o resto segue para segundo plano. Os elementos históricos passam para simples adornos. Pois a autora descura-se um pouco do aspecto histórico que poderia ter sido muito mais explorado. Só eles importam como par romântico e muitas das acções passam a ser previsíveis. Talvez leia o segundo volume para ficar a saber o que acontece aos personagens...

2 comentários:

    Parece super interessante pelo vosso comentário!
    Considero os romances históricos muito mais cativantes, porque nos transportam para uma outra realidade =)

     
    On 17 julho, 2012 Anónimo disse...

    É um verdadeiro romance, com o toque e a "pimenta" de uma autora argentina. Quem pensa que vai encontrar nestes livros mais uma Philippa Gregory e afins engana-se. É a primeira autora que eu conheço que realmente percebe de história e a usa para contextualizar os seus romances (ao contrário das autoras que escrevem livros de época, que parecem não perceber nada de História). Talvez por isso as pessoas quando começam a ler esperem um daqueles romances com 90% de História e 10% de romance. Felizmente isso com ela não acontece. Já está na hora de acabar com a ideia de que um romance Histórico não pode ser erótico e ter bastante romance. Na minha opinião, claro. Nesse aspecto ela é totalmente inovadora.

     

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