Sinopse:
Sob um céu negro de inverno a morte espera pacientemente…

No Norte da Suécia, no pequeno povoado de Luleå, um jornalista é brutalmente assassinado.
Para a repórter do Correio da Tarde de Estocolmo, Annika Bengtzon, não há qualquer dúvida de que o crime está relacionado com a investigação de um ataque a uma base aérea ocorrido nos anos sessenta. Mas esta será apenas a primeira de uma série de mortes acompanhadas de uma carta manuscrita aos familiares. Contra ordens explícitas do chefe, Annika decide continuar a investigação por sua própria conta e risco, envolvendo-se numa espiral de violência e terrorismo que tem por trás um grupo de seguidores da filosofia Mao que se autodenomina «As Feras».
Chegará o momento em que a jovem repórter será obrigada a rever as suas prioridades de vida.
Mas não será tarde de mais?


Opinião:
Nesta obra descreve-se alguns factos ocorridos no passado da personagem principal (a jornalista  Annika Bengtzon). Mais tarde investiguei e descobri que este é o quinto livro da saga desta jornalista, mas que a ordem pela qual os livros foram publicados em Portugal não foi a mais correta. Embora desconheça por completo as obras anteriores, isso não me impediu que entendesse todo o enredo, apenas fez com que ficasse curiosa em saber o teria acontecido. Menciona-se várias vezes um ataque bombista que lhe deixou marcas profundas a nível psicológico.

As primeiras páginas desta obra foram um pouco aborrecidas, tanto que estive para desistir da sua leitura. Entretanto a investigação da jornalista  Annika Bengtzon começou a ter acção, o que parecia uma morte acidental por atropelamento e fuga afinal não era bem assim, e a sua leitura começou a despertar-me interesse.
Também comecei a compreender porque esta autora tem tanto sucesso a nível internacional. A maioria dos locais onde tudo se desenrola não são fictícios, as descrições simples desses locais fazem nos imaginar como tudo deve ser, o grupo terrorista de que a obra faz referência existiu, inteiramo-nos sobre alguns aspetos políticos na Suécia, dos cuidados que se tem de ter num país em que o Inverno é tão rigoroso e diferente do nosso, sem esquecer o dia-a-dia de uma mulher casada, com filhos e que tem uma vida profissional, essas pequenas coisas fazem com que a narração tenha um “aspeto” mais verídico.  
Na minha opinião Annika em muitos aspectos representa a mulher que todas gostaríamos de ser, ou de ter a nosso lado. Annika é uma personagem inteligente, lutadora, persistente, trabalhadora, corajosa, boa mãe… é quase uma super mulher… mas, a determinada altura fiquei desiludida com algumas atitudes que teve. No momento em que ela descobre que é traída pelo marido, prejudica profissionalmente a outra mulher como se esta fosse culpada de tudo o que se está a passar, e nunca confronta o marido sobre a traição, e a relação deles continua como se nada se tivesse passado. Não me parece que essa atitude seja muito digna e que seja a melhor forma de defender o seu casamento e lidar com esta situação, mas esta é a minha opinião quanto a este assunto e na verdade não é o que mais interessa aqui.
Esta obra toca também em dois aspectos muitos importantes, a ética e o poder. Felizmente quem vence é a ética, e mostra que os políticos não podem fazer tudo o que entendem, e que não são os todos poderosos que por vezes pensam que são.

Gostei bastante, recomendo.

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