“Gritos do Passado” de Camilla Läckberg (Opinião)
14/03/2018 by Lígia
Sinopse:
Numa manhã de um Verão particularmente quente,
um rapazinho brinca nas rochas em Fjällbacka - o pequeno porto turístico onde
decorreu a acção de A Princesa de Gelo - quando se depara com o cadáver de uma
mulher. A polícia confirma rapidamente que se tratou de um crime, mas o caso
complica-se com a descoberta, no mesmo sítio de dois esqueletos. O inspector
Patrick Hedström é encarregado da investigação naquele período estival em que o
incidente poderia fazer fugir os turistas, mas, sem testemunhas, sem elementos
determinantes, a polícia não pode fazer mais do que esperar os resultados das
análises dos serviços especiais. Entretanto, Erica Falk, nas últimas semanas de
gravidez, decide ajudar Patrick pesquisando informações na biblioteca local e
novas revelações começam a dar forma ao quadro: os esqueletos são certamente de
duas jovens desaparecidas há mais de vinte anos, Mona e Siv. Volta assim à
ribalta a família Hult, cujo patriarca, Ephraim, magnetizava as multidões
acompanhado dos dois filhos, os pequenos Gabriel e Johannes, dotados de poderes
curativos. Depois dessa época, e de um estranho suicídio, a família dividiu-se
em dois ramos que agora se odeiam. Ao mesmo tempo que Patrick reúne as peças do
puzzle, sabe-se que Jenny, uma adolescente de férias num parque de campismo,
desapareceu. A lista cresce....
Opinião:
Desde há muito tempo que estou curiosa por ler
uma obra desta autora tão conhecida, felizmente as minhas expectativas não saíram
desfalcadas e penso que a escolha da obra não foi nada má.
Ao longo desta obra vamos acompanhando no presente
o desenvolvimento da investigação a cargo do inspector Patrick, intercalado com
o passado das vítimas (há 20 anos atrás). É algo que cada vez mais autores o
fazem (o intercalar do presente com o passado), penso que fica muito bem na
obra e que capta mais o interesse não baralha o raciocínio do leitor. No
presente conseguimos sentir a ansiedade e a corrida contra o tempo dos inspectores
para se tentar encontrar a última vítima (Jenny) ainda viva. Vamo-nos
embrenhando em toda a investigação e fazendo nós as ligações que os crimes
antigos podem ter com os mais recentes, e o que têm em comum. Quando estamos no
passado temos uma angústia e tristeza tremenda, porque sabemos que as vítimas
não têm a mínima hipótese de salvação. Conforme a investigação decorre,
começamos nós a tirar algumas conclusões. De início eu parecia um inspector amador,
porque “disparava” para todo o lado (desde cedo eu tenho o costume de tirar as
minhas próprias conclusões e tento descobrir o criminoso), entretanto “acalmei-me”,
comecei a amadurecer e a juntar todos os factos e provas apresentadas e surpresa
das surpresas, descobri o assassino antes de tudo terminar.
O livro é super interessante, a investigação
começa sem qualquer “pista”, parecia que não havia solução e aos pouquinhos
fomos juntando mais uma prova aqui, outra ali até termos o nosso “Xeque-Mate”.
Infelizmente nem sempre tudo termina como
queremos.
Mais uma vez “vivi” na ficção, algo que espero
nunca viver na vida real e que não desejo a qualquer pessoa que seja, que o viva…
a angustia do desaparecimento de um filho… e uma vida inteira sem saber onde
ele está e se está vivo ou morto…
Já li. Gosto imenso de Camilla Lackberg e ainda me falta ler alguns, que não estão abandonados.
Olá Maria João.
Foi o primeiro livro que li desta escritora e gostei bastante.
Ultimamente ando a ler diversos escritores que já andavam na "mira" e não me tenho arrependido, tenho feito boas escolhas e este foi um deles ;)
Boa semana.