Elegias de Duíno e Os Sonetos a Orfeu, de Rainer Maria Rilke, com tradução de Vasco Graça Moura, chega hoje às livrarias. Esta versão bilingue, de dois ciclos importantes deste poeta maior da literatura alemã, tem introdução de João Barrento.

«Invisível poema, respirar!
Mundo, espaço e ser vislumbro
sem cessar em troca pura. O equilibrar
em que por ritmos me cumpro.
Única onda
de que sou mar gradual;
o mais poupado na ronda,
ganho de espaço afinal.
Quanto lugar dos espaços
dentro de mim se precisa.
Ventos, filhos nos meus braços.»


Segundo João Barrento, «O que o leitor d’Os Sonetos a Orfeu e das Elegias de Duíno de Vasco Graça Moura reterá, além do pormenor, é um conjunto notável que veste estes dois ciclos de Rilke como uma segunda pele. A pele visível e a mais atual de Rilke em português. O princípio orientador que o poeta Vasco Graça Moura parece seguir nesta sua nova aventura pelo «espaço interior do mundo» da grande poesia de Rilke poderia ser o que o próprio autor dos Cadernos de Malte nos dá, pela boca do seu narrador: Er war ein Dichter und hasste das Ungefähre – à letra: «Era Um poeta e detestava a imprecisão.»

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