Sinopse
Sebastian Bergman descobre que tem uma filha, Vanja, o que confere um novo significado à vida. Pela primeira vez, desde que perdeu a mulher e filha no tsunami, sente-se ligado a outra pessoa. Mas debate-se com uma dúvida: deve contar-lhe a verdade - que é seu pai - ou manter o parentesco em segredo? Vanja faz parte da equipa do Departamento de Investigação Criminal e detesta Bergman, com quem trabalhou no caso Eriksson.

Numa Estocolmo em chamas, assolada por uma onda de calor, várias mulheres são encontradas brutalmente assassinadas. Os assassinatos têm a marca de Edward Hinde, o assassino em série preso por Bergman há quinze anos, e que continua detido. Sendo um incontestável profiler e perito em Hinde, Sebastian é reintegrado na equipa, e não demora muito a perceber que tem mais ligações com o caso do que pensava. Todas as vítimas estão diretamente ligadas a eles. E a sua filha pode estar em perigo.


Opinião
Melancólico. Pertinente. Tenaz.
Existem livros em que a acção salta à vista. Noutros em que é a forma de escrita do autor que se destaca. Há enredos profundos e outros mais superficiais. Há mil e uma formas de desenvolver uma história e de cativar o leitor. Mas raramente vi personagens tão bem concebidos como os que se encontram em "O Discípulo". Chega a ser prazeroso não conseguir sentir piedade deles. Eu podia falar do género policial, tipicamente nórdico, ou da morbidez dos crimes e do sofrimento das vítimas. No entanto não o vou fazer. Porque o que de mais valioso há nestas páginas são as características das mentes que as compõem. É curioso como isto é tão evidente nesta obra - e provavelmente naquela que a precedeu, que, infelizmente, eu não cheguei a conhecer.
No entanto, desengane-se quem achar que vai encontrar homens e mulheres - agentes da policia e outros que tais -, repletos de vidas preenchidas, sexualmente activas e com peripécias daquelas que nos arrancam risos e gargalhadas. A questão é que os personagens são tão bons precisamente porque as suas vidas não são aquilo que esperamos delas, ou seja de vidas habituadas a estarem presentes nos grandes romances e nos grandes filmes. Estas são, pelo contrário, vidas cheias de infortúnios, são mentes quase insanas presas por arames, são vidas infelizes iguais a tantas outras que existem mas que teimam em esconder-se no mundo real.
Este é o ponto de verdadeiro interesse que encontrei nesta obra, não obstante a qualidade que existe nos restantes pontos.
Eu gosto de ler sobre gente desafortunada. Mas esses personagens não costumam estar presentes neste tipo de literatura. E foi isso que, a meu ver, valorizou verdadeiramente esta narrativa e que a distinguiu das demais.



2 comentários:

    On 06 junho, 2016 Dora disse...

    Eu adorei este livro! O primeiro foi bom, mas este foi superior. Achei excelente!

     
    On 06 junho, 2016 Paula disse...

    Parece bom. Mas não sou muito virada para policiais!
    :)

     

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