Sinopse
O pano de fundo deste romance é um Oriente efabulado, baseado no que pensamos que foi o seu passado e acreditamos ser o seu presente, com tudo o que esse Oriente tem de mágico, de diferente e de perverso. Conta a história de um homem que ambiciona ser invisível, de uma criança que gostaria de voar como um avião, de uma mulher que quer casar com um homem de olhos azuis, de um poeta profundamente mudo, de um general russo que é uma espécie de galo de luta, de uma mulher cujos cabelos fogem de uma gaiola, de um indiano apaixonado e de um rapaz que tem o universo inteiro dentro da boca.
Um magnífico romance que abre com uma história ilustrada para crianças que já não acreditam no Pai Natal e se desdobra numa sublime tapeçaria de vidas, tecida com os fios e as cores das coisas que encontramos, perdemos e esperamos reencontrar.

Opinião
Honesto. Estranho. Hipersensível.
Geralmente, não costumo falar muito das personagens quando dou a minha opinião acerca dos livros que leio. Porém, desta vez, vou comentar apenas cada uma das personagens. Para mim, faz todo o sentido, pois este livro é sobre elas e para elas e sobre o que elas representam.
Fazal Elahi. O ponto em comum entre todas as personagem. Será, porventura, a mais frágil de todas elas; aquela que, apesar de pensar pela sua própria cabeça, vive em função de todos os que o rodeiam, acabando por ser, ao mesmo tempo, um pilar e o epicentro de um terramoto que tende em atormentá-lo.
Badini. Trata-se da minha personagem preferida. É primo do anterior e aquele que o chama à razão, sempre sem voz, sempre com lucidez. É aquele homem que tem tudo para ser infeliz, embora seja o único que consegue viver com essa infelicidade, tornando-a no oposto.
Aminah. Irmã de Fazal Elahi e também aquela que nega tudo aquilo que deseja, refugiando-se em quantidades astronómicas de açúcar, que por sua vez lhe dão cabo dos dentes. É a mulher que tenta ser má, mas cujo karma não lhe devolve esse mesmo desejo.
Bibi. A mulher de Fazal Elahi, a mesma que, ao contrário da cunhada, não se nega àquilo com que sonha ser.
Salim. Filho de Fazal Elahi, que pensa que é um avião.
Isa. Filho adoptivo de Fazal Elahi, o americano que não é, mas sabe todas as coisas de um mundo que cabe dentro da sua boca.
General Krupin. Amigo do pai de Fazal Elahi, o homem que vence tudo e todos, aquele seria uma espécie de ditador numa feroz ditadura e que pensa que o sofrimento torna os seres vivos mais aptos a enfrentar a adversidade.
Dilawar Krupin. O filho do general. É o produto mais fraco de alguém que quer tornar a descendência mais forte.
Há ainda o hindu de espírito livre que se transforma por amor, o muçulmano que odeia todos os que não são muçulmanos e o padre católico que chegou até àquelas terras como consequência de uma viagem improvável que o seu pai realizou.
Este livro mistura os impossíveis de um mundo incompreensível, doente e corrompido. É uma excelente leitura e uma óptima companhia, nem sempre alegre, mas óptima na mesma.

3 comentários:

    On 20 maio, 2015 Paula disse...

    Eu comecei a ler este livro, depois de todo o aparato em volta dele...
    O facto é que li umas 50 páginas e parei... Talvez não fosse o momento...
    Tenho de lhe pegar novamente!

     
    On 20 maio, 2015 LC disse...

    Olá.

    Paula, o livro na minha opinião é excelente. O meu preferido de Afonso Cruz. Mas concordo que talvez em alguns momentos não seja a leitura ideal.
    Mas tenta novamente que vale bem apena.

    Lígia

     
    On 20 maio, 2015 Vasco disse...

    Não é o meu favorito. Tem uma particularidade que não me agrada tanto como outros.
    Ainda assim, é Afonso Cruz. Logo, este livro é uma grande leitura, e belo, como sempre.

     

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