O Fim da Inocência e Outros Contos, Mário Rufino
09/08/2012 by Paula
Opinião:
Esta é uma obra composta por
cinco contos e em todos eles há algo em comum – o recordar a inocência de
outrora e o olhar para um novo ser que nasce com as vivências, com a aquisição
das experiências, com a maturidade…
O primeiro conto dá nome ao livro
– O Fim da Inocência e neste, a história é contada na primeira pessoa, há o
recordar a infância, um tempo que não voltará. Um tempo de brincadeiras e
tropelias onde a meninice obriga à alegria, à descontracção e à adrenalina.
No caminho que o narrador faz em
direcção aos pais, vai tecendo pensamentos sobre a vida – as alegrias, as
tristezas e sobretudo o medo da impotência perante algo.
O segundo conto intitulado
“Pulseira Electrónica” fala-nos sobre a liberdade, a solidão e libertação. A
consciência do erro permite olhar o mundo de outra forma, permite ao “ser”,
tornar-se um espectador atento! Este é um conto que termina deixando imensas
pontas soltas, como se de uma janela aberta se tratasse, em que cabe ao leitor
escolher o elemento da paisagem que deseja como final…
“Last Man Standing” é o terceiro
conto, um conto que evoca Deus – o Deus de cada um. Aquele que com o olhar é
capaz de nos aprisionar e ao mesmo tempo largar (no infinito, no caos ou na
ordem). Como se houvesse um antes e um depois… independentes e ao mesmo tempo
interligados… como uma ponte que une duas margens!
Um Deus capaz de consertar uma
peça individual (o ser) ou uma peça universal (o mundo).
“Flores” é o quarto conto. Um
conto recheado de recordações, é possível sentir que o autor vivenciou aquelas
experiências ou parte delas!
Uma escrita reveladora de um
turbilhão de sentimentos, não só pelas pessoas à sua volta, mas também (e
essencialmente) por si próprio no que respeita à sua infância.
Muitas questões filosóficas
surgem sobre a morte e a vida. A morte enquanto estado inalterável por mais que
a queiramos embelezar. A vida, enquanto caminho de aprendizagem e processo de
amadurecimento!
O quinto e último conto, chama-se
“Tempo em Branco” e a meu ver completa o ciclo de toda a obra. Aborda um tempo
em que a nossa mente sucumbe à loucura, à insanidade e por conseguinte ao fim
da inocência. Porém, também poderá ser o renascer da inocência no seu estado puro.
Puro no sentido de não haver recordações (de ser um "novo" começo) e que leva à loucura daqueles que nos
rodeiam!
Gostei Muito!
Parabéns ao autor pela obra!
E não se esperava outra coisa do Mário Rufino pois não Paula?
Fiquei expectante!
Teresa Carvalho
Macy, vais gostar muito da obra, tenho a certeza...
Os contos estão magnificamente escritos, recheados de frases que nos levam à reflexão! Muito bom mesmo!