O Diário Azul, James A. Levine
05/05/2012 by Paula
Muitas vezes chego a pensar que existem livros que devemos evitar
ler, pois deixam-nos numa tristeza profunda e com um sentimento de impotência
face a tamanhas monstruosidades. Por outro lado, não ler não significa que os
problemas deixam de existir, apenas não pensamos neles, o que às vezes torna-se
bastante mais fácil, mas menos correcto!
Esta narrativa fala-nos de Batuk, uma menina indiana
que é vendida pelos pais quando tem apenas nove anos. Vendida para uma casa de
prostituição. Esta troca – a menina por dinheiro – é vista como algo normal
pela família, até há uma festinha de despedida para que os familiares possam
estar com ela uma última vez. A dor do seu pai na despedida é grande, porém há
que sacrificar alguns para salvar outros. Um autêntico horror!
Na casa para onde vai, Batuk rapidamente consegue
adaptar-se (se é que há adaptação possível para isso) e conquistar a confiança
de quem manda. Assim aprende a sofrer menos. Esta é uma menina que sabe
escrever e refugia-se colocando no papel toda a sua história desde que foi
parar ao mundo da prostituição.
Ao escrever, Batuk sente-se limpa, aliviada, como se
colocasse no papel toda a sujidade que aqueles homens horríveis deixam no seu
corpo de menina. Um corpo que deveria permanecer durante muitos anos puro e
intocado!
A par da história de Batuk, vamos dando conta de uma
India suja, onde a corrupção e a fome são uma constante.
Esta história chocou-me principalmente pela força de
Batuk. Pela forma com que esta consegue dominar a sua mente e sobreviver. O que
prova que a força da nossa mente tem um poder extraordinário.
Se recomendo este livro?
Recomendo a todos os que quiserem ter noção do
horror pelo qual tantas crianças passam em pleno sec XXI e perante o qual nada se faz.
Este livro é um verdadeiro murro no estômago... Não se é a mesma pessoa depois de o ler. Pelo menos foi o que aconteceu comigo, impossível ficar indiferente!
É um dos livros mais tocantes que já li.
Teresa Carvalho
Macy,
O que mais me chocou/impressionou foi a forma com que esta menina aprendeu a viver com isso. A forma que ela encontrou de superar o sofrimento.
Chocante!!
Esse livro deve ser muito chocante, mas ao mesmo tempo a gente deve aprender muito com ele.. Nossa é meio dificil expressar as reações que ele pode trazer, isso so numa resenha, imagina quando se le toda a obra?
Kézia,
É um livro que mexe com quem lê pelas atricidades que comentem com esta menina. É uma realidade e não devemos esquecer este facto tão importante. Uma realidade sabida por todos e que simplesmente nada se faz!