Opinião:
“Mina e as Coincidências” relata a história da mulher do diplomata Van Ghel – Mina. A sua vida decorre em paralelo à vida do marido. Um marido ausente mesmo quando se faz presente e, por conseguinte, sem muito que contar e partilhar. Assim Mina, inevitavelmente desenvolve uma vida onde as aventuras, paixões e desilusões vão ocorrer, num cenário comum e até um tanto mundano. A par da sua história “privada” e pessoal, Mina vai poder escrever uma tese sobre os Painéis de Nuno Gonçalves.
Nota-se toda a influência do mundo do autor, nesta escrita, primeiro nas palavras e frases usadas em francês para reforçar alguns momentos de ironia, depois no mundo da arte em que Mina vai mergulhar/investigar.
José-Augusto França é crítico de arte e membro de academias de artes e cultura em Portugal. Tenho conhecimento que é excelente naquilo que faz. Mas será que com todo o seu conhecimento consegue produzir um livro capaz de cativar o leitor? Acredito que sim, mas não aconteceu comigo. O ideal seria mesmo, cada macaco no seu galho. Em Portugal estamos a assistir a um “boom” de escritores, não estou a dizer que é negativo, é certo e sabido que muita literatura que tem saído recentemente é boa, no entanto de vez em quando assistimos a outras que não.. Depois saem coisas destas, cujo único proveito é o dinheiro que os autores embolsam. E embolsam porque são conhecidos, são "famosos", despertam o interesse do leitor, mas depois não correspondem às expectativas.
Esta foi uma leitura que não me prendeu pois não me cativou nem a história nem a escrita.

Sinopse:
Mina é uma personagem do primeiro longo capítulo de A Guerra e a Paz, romance precedente do mesmo autor: era holandesa e tinha então dezassete anos.
Dez anos mais tarde, ela acompanha seu marido, o diplomata van Ghel, nomeado para Lisboa, e vai poder escrever uma tese sobre os célebres Painéis de Nuno Gonçalves.
Aqui, durante um ano, Mina atravessa uma história algo policial e pícara, instalada num meio mundano muito Cascais - 2000. Mas, sobretudo, ela vive, de coincidência em coincidência, duas histórias intensas e bilingues de amor e desamor.

Sobre o autor:
José-Augusto França é historiador, crítico de arte e Professor Catedrático Jubilado da Universidade Nova de Lisboa. Obteve os graus de Doutor em História e em Letras e Ciências Humanas na Sorbonne, em França. A Presença tem publicado um vasto número de obras do autor tanto no domínio da História de Arte como da ficção.

O livro aqui na editora

1 comentários:

    É certo de que, se assiste, neste momento, no nosso país, a um autêntico abrir de comportas de novos autores, muito bons, alguns. Medíocres a maioria. Pouco sei sobre a autoridade que detenho para escrever isto, pouco quero saber, também. Sou um desses novos autores, e o juízo da qualidade daquilo que escrevo, deixo-o para os leitores. No entanto, sou, antes de tudo, um leitor, e, mais do que tudo, irrita-me essa dispersão contínua de especialidade que alguns novos autores, muito motivados pela inerência do nome que detêm tentam impingir, acalentados pelas grandes editoras, que neles apostam, por isso mesmo, e por vezes, por pouco mais do que isso. Quero ler bons livros, não quero ler livros de grandes nomes. Sejas eles de que ramo forem. Por isso, e só por isso, concordo inteiramente com esta opinião da Paula. Não porque tenha lido o livro, mas porque sei como são as coisas.

     

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