O Relógio Avariado de DEUS - Ozias Filho (Divulgação)
20/06/2011 by Paula
Excerto do prefácio
É dessa forma, como expiação do limite da condição humana, que melhor rende a leitura dos poemas de Ozias Filho. Por isso, referências geográficas mais explícitas cruzam-se com outras, afectivas, como no poema Maria, em que a estação de metro de São Francisco Xavier, no Rio (onde a menina Gabriela Ribeiro foi baleada, durante um tiroteio entre policiais e assaltantes, caso de comoção pública que resultou em importantes movimentos sociais) é permutada pala estação dos Anjos, em Lisboa. Ou mesmo no caso em que o espectáculo não é o da morte causada por balas ou crimes, mas por uma avaria neste outro tipo de máquina humana, o coração, como se constata com o poema Em directo, dedicado ao jogador de futebol Miklós Féher, morto em campo e também caso de comoção nacional. Desta forma rende melhor a leitura do livro: os poemas buscam expiar a morte, sempre precoce, ao anotarem o que a notícia silencia – o silêncio do grito de golo, o intocado da beleza de uma primeira vez, a viúva vestida de branco, enfim, todas as manifestações do desejo infindo de contrariar a morte.
(Alexandre Faria in prefácio de O Relógio Avariado de Deus)
Ozias Filho, nasceu em 6 de Julho de 1962, no Rio de Janeiro, é formado em Jornalismo pela Faculdade Hélio Alonso; em Fotografia pela Pontifícia Universidade Católica, ambas naquela cidade; é pós-graduado em Edição, pela Universidade Católica Portuguesa. Trabalhou no Jornal O Primeiro de Janeiro (Porto). Lançou em 2001 pela Editora Alma Azul o livro Poemas do Dilúvio. Idealizou e protagonizou na Casa da América Latina ao longo da última década vários projectos, entre eles: Uma Hora Com os Poetas, Noites em Pasárgada e Neruda com Amor. Desde de 1999 é o responsável da Editora Vozes em Portugal. Em 2005 lançou pela Edições Pasárgada o livro Páginas Despidas. Em 2006 participou na colectânea de contos Con-to-Con-ti-go, Livrododia Editores e em 2008 publicou pela mesma editora o livro de fotografias Santa Cruz com poemas de Luís Filipe Cristóvão. Tem participado em vários projectos ligados à fotografia, produzindo para capas de livros e revistas especializadas (arquitectura e artes). Em 2010 foi um dos escritores da antologia de contos Só agora vejo crescer em mim as mãos de meu pai; das Edições Pasárgada, da qual é o fundador e editor.
muito obrigado pela divulgação Paula, bjs, Ozias
Senhor lugero estou a adorar o seu livro,é muito bonito e interessante.
E estou já interessado em ler o segundo pois deve ser tão bom como o primeiro.
Parabéns.
Muito obrigado, Marianinha.
Se gosta dele só mostra que tem uma bonita sensibilidade.
Claro que terá o segundo. Quando acabar esse ofereço-lhe o outro. Prometido!
Espero que a Paula não se incomode de falarmos num espaço que não se coaduna com eles, mas não deve ser muito importante; acho.
Fique bem, Marianinha.
Ludgero.