Opinião:
Numa base militar onde reina o sossego, a paz e a rotina aparente e exteriorizada, o desassossego interior de alguns personagens é enorme. Uns sofrem porque são traídos, outros porque são traidores e outros ainda porque não conseguem demonstrar os seus sentimentos e desejos pelo mesmo sexo, como é o caso do Capitão Penderton, o qual tende a apaixonar-se pelos amantes da sua bela, mas não muito inteligente esposa.
Este livro, enaltece a importância das relações humanas e a necessidade que o Homem tem delas, assim a socialização adquire um fortíssimo cunho, face às consequências da sua ausência.
O capitão Penderton é gay e recusa-se a assumir os seus gostos, Leonora é uma jovem e graciosa mulher, no entanto, o que lhe sobra em beleza, falta-lhe em inteligência, Alinson é simples e sensível, que já não suporta a indiferença e as traições do marido. O Major Morris é um homem de altas aparências. A certa altura da narrativa, damos conta que no seu quarto, na mesa de cabeceira tem “um livro aberto, uma obra difícil de entender e muito literária” no entanto todas as noites o major passa algumas páginas, uma quantidade razoável de páginas, sem as ler…e delicia-se com as revistas…
Penso que haverá neste livro uma forte crítica aos militares em geral e ao porte que costumam ostentar!
Esta é uma leitura leve, fluída, a linguagem é bastante descritiva pelo que é fácil visualizar os acontecimentos.

Sinopse:
Uma das vozes mais originais da literatura norte-americana, McCullers, explora, neste romance, os limites sempre instáveis entre a «normalidade», por um lado, e o foro íntimo das pulsões, que se lhe opõe. Numa pequena base militar americana, a rotina e o isolamento criam uma tensão insuportável que agudiza perigosamente as contradições em que se movem as personagens. McCullers escreve esta história com simplicidade despretensiosa e um registo inquietante que lhe conferem uma dimensão trágica.

O livro aqui na editora

1 comentários:

    Outro belo livro! Hoje decidi-me a vir fazer uma visita e viajar pela leitura e descobri uma data de livros de que gosto!
    Apesar de tudo, da Carson McCullers prefiro "Coração, solitário caçador" (ou: "O coração é um caçador solitário"?), se bem que este seja um belo(e terrível) livro.
    Conhece " balada do cagé triste"? É triste e linda...
    Beijinhos
    o falcão

     

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