O AMANTE DE LADY CHATTERLEY - D. H. Lawrence
21/05/2009 by Paula
“A história da relação entre Constance Chatterley e Mellors, o guarda de caça do seu marido inválido, é o romance mais controverso de Lawrence e talvez o seu texto mais comovente sobre o amor.
Escrevendo para libertar as gerações que, a seu ver, consideravam o sexo um simples constrangimento ou acto mecânico, Lawrence disse sobre esse livro: trabalhei sempre o mesmo tema, encarar a relação sexual não como algo vergonhoso, mas válido e precioso. Penso que neste romance fui mais longe do que em nenhum outro. Para mim, é uma obra bonita, terna e frágil, tal como a nudez”
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Escrevendo para libertar as gerações que, a seu ver, consideravam o sexo um simples constrangimento ou acto mecânico, Lawrence disse sobre esse livro: trabalhei sempre o mesmo tema, encarar a relação sexual não como algo vergonhoso, mas válido e precioso. Penso que neste romance fui mais longe do que em nenhum outro. Para mim, é uma obra bonita, terna e frágil, tal como a nudez”
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O que eu achei:
D. H. Lawrence nasceu na aldeia de Eastwood, no reino Unido, em 1885. Para Lawrence o amor é como uma força da natureza e o sexo é o ser fundamental em nós.
“O Amante de Lady Chatterley” foi publicado em 1928 e proibido em Inglaterra (por ser considerado pornográfico), mas traduzido e publicado em diversos países.
Depois de efectuada a sua leitura verificámos que a obra não tem nada de pornográfico. Eu diria que tem muito de sensual e belo. Ao longo do romance existem frases que possam ter chocado a sociedade da altura, mas Lawrence, por certo, usou-as propositadamente.
Durante todo o romance existe uma forte crítica ao modo como o sexo era encarado na altura: uma obrigação com repulsa à mistura.
A história baseia-se num triângulo amoroso, se assim o podemos chamar, pois um dos personagens é impotente.
Constance casa com Clifford, no entanto teve experiências sexuais antes de casar, teve uma educação livre e livre de preconceitos, estudou arte em Paris. O seu pai era apologista de que também as mulheres deveriam usufruir dos prazeres da vida e deviam ser realizadas a nível sexual.
Após um mês de casamento Clifford vai para o exército e volta impotente. O pai aconselha-a a arranjar um amante. Constance envolve-se com um escritor que costumava participar nos serões de sua casa, onde se discutia essencialmente política. Penso que muito do que é dito nas “tertúlias” em casa de Clifford é essencialmente uma crítica à política da altura.
Contudo, a Michaelis (o escritor) faltava-lhe algo que para Connie era fundamental – carinho para com ela. Assim, achava-o frio como a todos os outros homens.
Até que um dia Connie conhece um homem que para além de a satisfazer sexualmente consegue fazê-lo com muita ternura e sem sentimento de culpa ou de vergonha.
Em todo o romance está patente uma crítica à sociedade da altura e talvez por isso proibido a sua publicação e não por ser um romance de cariz pornográfico, porque não é!
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Classificação: 6/6 - Excelente
Curioso também ver o celeuma que o livro criou quando saiu.
Até filas havia nas livrarias, sendo que, este mesmo livro, foi banido do Ocidente durante décadas.
É um excelente livro, sem duvida.
Sempre tive curiosidade em ler este livro, ainda mais porque há um filme com o Sean Bean e eu prefiro ver as adaptações depois de ler os livros. :D
Obrigada pela crítica. ;)
Sempre ouvi essa história através do cinema, parece que o livro traz mais clareza sobre o questionamento sobre sexo. Acho que até hoje estamos tentando lidar melhor com esse aspecto humano, ter prazer com sexo, ainda temos muita vergonha e desconforto com o tema e o ato.
Parece um livro libertário e infelizmente, em essência, atual.
Abraços!
Li o livro, vi o filme.
Gostei mais do livro!
Um livro ainda hoje, em alguns círculos, polémico.
Forte, sem idealismos, realista e por vezes quase que “demasiado duro”.
Faz-nos equacionar os “espartilhos” da sociedade!
Abraços
Fiquei cativada com a tua opinião, suscitaste-me uma certa curiosidade face a este livro. É o tema que ainda se pouco fala...
Há um outro livro, mais pequenino, onde a linguagem sugere sem revelar. O erotismo sente-se e no final contamos apenas com dúvidas. Trata-se d' A Virgem e o Cigano, de D. H. Lawrence, de que gostei bastante.
Iceman:
Sim, excelente! Uma escrita fantástica :)
White lady3:
Lê o livro, vais gostar, quanto ao filme não vou ver, tenho sempre decepções com as adaptações :)
Nanda:
Na altura de Lawrence o sexo era encarado como entediante para o Homem e para a Mulher, o que Lawrence defende é que se deve "encarar a relação sexual não como algo vergonhoso, mas válido e precioso" e é isso mesmo que trata o seu romance. A escrita é fantástica!
Argos:
E quantos "espartilhos" tem a sociedade...
Acho que sempre terá :)
Flicka:
Acho que irias gostar de ler...
Livros e Outras Coisas:
Vou colocá-lo já na minha Wish List. Obrigado pela dica!!
Olá Paula
Desta vez não só li o livro como também vi o filme. Qualquer deles muito bom, embora quando leio um livro e depois vejo a versão em filme penso sempre que a este lhe falta qualquer coisa...
Uma boa escolha que fizeste que tão bem retrata a sociedade inglesa preconceituosa da época (será só a dessa época???).
Um beijo amigo
Olá
Deixei dois selinhos no meu blog, para você.
Beijinhos
Um belissimo livro, não tenho aparecido porque me ausentei dos blogues, estou de volta .
Espero a sua visita
Beijo