NÃO É FÁCIL NAVEGAR NAS ÁGUAS DA EMOÇÃO



“Criámos um mundo que promete prazer ao homem: a televisão, o cinema, os desportos, os parques de diversões, os jogos electrónicos e o mundo da Internet. Nunca tivemos uma indústria de lazer tão grande e um homem tão triste.
Uma pesquisa que tenho realizado entre diversos tipos de profissionais tem revelado um alto índice de sintomas psíquicos e psicossomáticos. Em alguns tenho encontrado uma média de sete sintomas, tais como: ansiedade, irritabilidade, défice de concentração, cefaleia (dor de cabeça), fadiga excessiva, opressão no peito, alteração do sono, hiperprodução de pensamentos. Estes dados revelam um caos na saúde mental.
Por que tem aumentado o défice de doenças psíquicas na actualidade? Porque melhorámos os diagnósticos e as pessoas têm menos preconceitos para procurar um psiquiatra ou psicólogo? Não apenas por isso, mas principalmente porque o mundo moderno se transformou numa fábrica de stress e ansiedade.
Tais sintomas não são exclusivos de uma classe social ou de uma fase da vida. Jovens e adultos, ricos e pobres, intelectuais e iletrados têm uma baixa qualidade de vida. As crianças também estão a aprender conflitos com frequência.
Recordo-me de uma jovem de 11 anos. Os seus pais eram afectivos e atenciosos. Ela frequentava escola e tinha vários amigos. Contudo, estava deprimida, ansiosa, cansada, desanimada e sem nenhuma auto-estima. Ela estava a começar a vida, mas já conhecia o cárcere da emoção.
Esta adolescente devia estar a brincar, mas estava sufocada por ideias negativas. Foi bombardeada desde pequena, como milhões de outras crianças, pelos média, e pelos diálogos dos adultos ligadas à morte, a doenças, acidentes (…) a sua memória ao invés de se tornar num canteiro de ideias agradáveis ficou entulhada de lixo social (…).
Nunca devemos esquecer-nos de que podemos e devemos gerir as nossas ideias que nos perturbam silenciosamente. Se você não as controlar, elas aprisionam a sua emoção (…). Nunca se sinta coitado diante dos seus problemas, caso contrário eles tornam-se um “monstro”. Todas as doenças emocionais amam o coitadismo e florescem na alma de pessoas passivas. Seja um agente modificador da sua história (…) creia na vida, reacenda a chama da esperança e disponha-se a intervir no palco da sua mente. Tais atitudes começam a preparar o caminho da saúde emocional”




Augusto Cury, Treinando a Emoção para ser Feliz, editora Paulinas 2007

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