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Irvine Welsh

Bem, saiu o novo livro do Irvine Welsh... Isto no Reino Unido. Vamos ver quanto tempo demorará a ser publicado em Portugal. A Quetzal tem feito o seu trabalho... será que continuará a fazê-lo?


"Porno", Irvine Welsh


Sinopse
Sick Boy, protagonista desta narrativa construída a várias vozes (em cada capítulo uma das personagens narra na primeira pessoa), procura a todo o custo reinventar-se como empresário de sucesso do novo milénio, e alcançar finalmente a glória que parece fugir-lhe. O objectivo: conquistar um lugar de peso na indústria da pornografia. Não sendo a sua alcunha digna de um génio do cinema, é sob o seu verdadeiro nome, Simon DavisWilliamson, que Sick Boy envereda pela dura tarefa de recrutar autores, argumentistas, etc. O reaparecimento de Mike Renton é, naturalmente, problemático, uma vez que pairam sobre ele a traição com o negócio de heroína e a revigorada fúria de Begbie, cuja psicopatia se agravou com o tempo que passou na prisão. Sobre Spud recai o talento de Welsh para descrever a pobreza, a solidão e a autodestruição.

Opinião
Seco. Provocador. Irónico. 
Utilizando personagens já conhecidas noutras obras, Irvine Welsh pega no melhor de cada uma delas – sendo que o melhor corresponde, na verdade, ao pior que existe dentro de cada ser humano – e constrói um enredo onde se evidencia a frieza, o sentimento de vingança, o egoísmo e o instinto que possuímos de nos colocarmos permanentemente à frente de quem nos rodeia. Isto, claro, exponenciando tudo o que de negativo as pessoas têm, através do sarcasmo e do humor que tão bem caracteriza o autor. 
A história é muito simples. Seria até demasiado simples, não fosse o objectivo de Welsh mostrar aquilo que sempre quer mostrar: explorar até quão baixo os seus personagens podem descer. 
Os heróis – se é que podem ser considerados isso – regressam à cidade onde tudo começou, depois de estadias na prisão, em Londres e em Amesterdão e decidem fazer aquilo que sempre souberam: vingarem-se uns dos outros, disparatarem pelos sítios do costume (ou seja, em bares) e armarem estratagemas de forma a garantir que o melhor amigo não alcança mais sucesso. 

Existe, porém, um dado novo. Desde o início até ao fim, o grande objectivo é a execução de um filme pornográfico capaz de captar a atenção dos fãs do género. Ora, sendo o livro narrado por alguns dos intervenientes, sempre na primeira pessoa, os seus pensamentos, conclusões e incursões são capazes de nos obrigar a dar valentes gargalhadas ou a meditar sobre aquilo que verdadeiramente move as pessoas. “Porno” é, a meu ver, um excelente livro, mas não ao agrado de todos.

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