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Sinopse:
Iara, jovem linguista portuguesa, faz uma incrível descoberta: alguém, ou alguma coisa, está a subverter a nossa língua, a nível global, de forma insidiosa, porém avassaladora e irremediável. Maravilhada, perplexa e assustada, a jovem procura a ajuda de um professor, um velho anarquista angolano, com um passado sombrio, e os dois partem em busca de uma colecção de misteriosas palavras, que, a acreditar num documento do século XVII, teriam sido roubadas à "língua dos pássaros". Milagrário Pessoal é um romance de amor e, ao mesmo tempo, uma viagem através da história da língua portuguesa, das suas origens à actualidade, percorrendo os diferentes territórios aos quais a mesma se vem afeiçoando

A minha opinião:
Palavras...
Palavras que surgem, marcam e permanecem ou ainda palavras que são vãs, que não deixam rasto e desaparecem...
A riqueza das palavras é o tema deste livro de Agualusa.
Iara, é uma jovem linguísta que todos os dias tenta captar novas palavras que surgem em artigos da net, mas que não fazem parte do dicionário. É durante esta actividade que Iara detecta algo de anormal com as palavras e tenta investigar pedindo ajuda a um amigo/professor para a resolução do inigma. Assim, viajam em busca de tal resolução e deparam-se com aventuras que levam a caminhos não estranhos, mas muito interessantes sobre a origem das palavras...
Esta não é uma leitura fácil, na minha opinião claro, às vezes o texto torna-se algo confuso, aparentemente disperso, uma leitura que requer muita atenção. No entanto é belo e apaixonante pelo tema que trata.
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Classificação: 5/7 Muito Bom
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"Uma mulher cai do céu durante uma tempestade tropical. As únicas testemunhas do acontecimento são Bartolomeu Falcato, escritor e cineasta e a sua amante, Kianda, cantora com uma carreira internacional de grande sucesso. Bartolomeu esforça-se por desvendar o mistério enquanto ao seu redor tudo parece ruir. Depressa compreende que ele será a próxima vítima. Um traficante de armas em busca do poder total, um curandeiro ambicioso, um antigo terrorista das brigadas vermelhas, um ex sapador cego, que esconde a ausência de rosto atrás de uma máscara do Rato Mickey, um jovem pintor autista, um anjo negro (ou a sua sombra) e dezenas de outros personagens cruzam-se com Bartolomeu entre um crepúsculo e o seguinte, nas ruas de uma cidade em convulsão: Luanda 2020"
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A minha opinião:
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Barroco Tropical, é o primeiro livro que leio de José Eduardo Agualusa e certamente vou ler mais do autor.
A sua leitura é fluída e sente-se prazer e à vontade na escrita. Agualusa brinda-nos com imensas histórias e lendas ao longo de todo o livro, assim como uma constante crítica a Angola, narrando episódios no mínimo macabros. Note-se que Agualusa é um grande crítico do regime Angolano.
A história é passada em Luanda no ano 2020 e vamos tomando conhecimento da história através de duas personagens: Bartolomeu (escritor de grande sentido de humor com o qual Agualusa numa entrevista diz identificar-se) e Kianda sua amante.
As personagens são apresentadas de uma forma muito própria, há um capítulo para a apresentação destas e finalizado o capítulo, Agualusa volta ao início da história, porque como ele próprio refere “esta é uma das vantagens da literatura em relação à vida: podemos sempre voltar ao princípio.”
A certa altura do livro, Bartolomeu por ter visto, falado e ouvido o que não devia é agredido na vista e neste episódio do livro é feito o trocadilho japonês dos três macacos sábios: Mizaru (o que cobre os olhos), Kikazaru (o que tapa os ouvidos) e Iwazaru ( o que esconde a boca com as mãos). Saliente-se ainda que “ninguém quer pensadores" naquele país pois " é coisa que desagrada quer aos dirigentes angolanos quer a todas as empresas e governos que aqui têm interesse. Angola vai muito bem (…) Pensar prejudica a saúde" daí que o trocadilho japonês ilustre muito bem esta passagem.
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A outra personagem que tem tanta importância quanto Bartolomeu é Kianda, pois esta tem várias personalidades, ela é cantora, amante, esposa, ambiciosa, humilde, modelo, já experimentou várias mortes, mas os dois têm uma coisa em comum, assim como os restantes personagens: o Medo.
Kianda desfila sobre a história de forma ímpar alertando-nos para vários aspectos da vida.
Uma leitura que recomendo.
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Classificação: 5/6 Muito Bom

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