Este romance é passado em Portugal, no ano de 1956, época em que coexistiam dois mundos: o da bonomia, onde o tempo corria devagar nos lares do país, numa ingenuidade generalizada (por vezes falsa, por vezes genuína) sob o lema «Deus, Pátria e Família»; e o da ditadura de Salazar, da censura e da PIDE, onde os que tinham por objetivo derrubar o regime podiam ser presos, torturados e mortos. (…) Na história contada neste livro, os universos paralelos vão-se encontrar, confrontar e interagir, no seio de uma família burguesa e conservadora do interior (do país). 
As palavras são de Paula Lobato Faria, que se inspirou em memórias antigas e em histórias de família para fazer nascer o seu primeiro romance.




Imaculada, já nas livrarias desde 6 de Abril, é o romance de estreia de Paula Lobato de Faria e a grande aposta literária desta editora neste trimestre. Paula Lobato de Faria, doutorada em Direito e professora da Universidade Nova de Lisboa, tem várias publicações internacionais nas áreas do direito da saúde, bioética e direitos humanos, mas este é o seu primeiro livro de ficção. 

Habilmente ambientado no Portugal profundo dos anos 50, Imaculada é uma obra na linha dos nossos melhores romances de época e um retrato crítico da condição humana. Através da história de uma família, os Correia, a autora desenha o retrato de um país amordaçado, cheio de tabus, vazios e sombras, um Portugal que pouco ousa desafiar convenções ou confrontar um destino que parece traçado.

O mesmo sucede na vida de Cristiana, menina da província, filha única de Alexandrina e João Manuel, que recusa assistir perplexa aos caprichos que a sorte (e a família) lhe prepararam. Na vida dela, tal como na do país, há sonhos por cumprir, esperança e uma dignidade que é vital.



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