Isto de mudar de casa tem muito que se lhe diga… ainda estou na casa antiga, mas os objectos cá por casa já escasseiam. É aquela fase em que já mudamos quase tudo e só ficamos com o essencial - o que realmente faz falta. No entanto, já mudei para a casa nova algo que me faz muita falta – os meus quase mil livros… Eu sei que mil livros não me fazem falta todos de uma vez, mas vê-los todos nas estantes todos os dias é para mim uma enorme satisfação! Saber onde está cada um e onde estão todos!

Por agora, as paredes andam vestidas de branco, sem estantes e sem livros!!

Sei que é psicológico, mas é uma realidade, deixei cá ficar 20 livros, aqueles que decidi que ia ler brevemente, mais os que ficaram na mesa-de-cabeceira, porque de lá nunca saem. Isto para dizer que uma casa sem livros é realmente stressante!

Hoje, enquanto esperava pela minha filhota que estava a participar num Workshop de Escrita Criativa, fui à Bertrand ver as novidades, as promoções, enfim, a verdade é que fui ver livros, prateleiras deles… Comprei dois!!

Não resisti às palavras da contra capa:

“A Paixão de G.H.” de Clarice Lispector – “ – Tu eras a pessoa mais antiga que eu jamais conheci. Eras a monotonia de meu amor eterno, e eu não sabia. Eu tinha por ti o tédio que sinto nos feriados. O que era? Era como a água escorrendo numa fonte de pedra, e os anos demarcados na lisura da pedra, o musgo entreaberto pelo fio d’água correndo, e a nuvem no alto, e o homem amado repousando e o amor parado, era feriado, e o silêncio no voo dos mosquitos. E o presente disponível. E minha libertação lentamente entediada, a fartura do corpo que não pede e não precisa.”

A Boneca de Kokoschka de Afonso Cruz - "O pintor Oskar Kokoschka estava tão apaixonado por Alma Mahler que, quando a relação acabou, mandou construir uma boneca, de tamanho real, com todos os pormenores da sua amada. A carta à fabricante de marionetas, que era acompanhada de vários desenhos com indicações para o seu fabrico, incluía quais as rugas da pele que ele achava imprescindíveis. Kokoschka, longe de esconder a sua paixão, passeava a boneca pela cidade e levava-a à ópera. Mas um dia, farto dela, partiu-lhe uma garrafa de vinho tinto na cabeça e a boneca foi para o lixo. Foi a partir daí que ela se tornou fundamental para o destino de várias pessoas que sobreviveram às quatro toneladas de bombas que caíram em Dresden durante a Segunda Guerra Mundial."

E pronto, fiquei um pouco mais feliz :D

1 comentários:

    On 20 abril, 2013 kassie disse...

    A paixão segundo G.H. é um excelente livro. Difícil, denso, muito bom. Um dos que terei de reler, com calma.

     

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