“O Homem de Giz” de C.J. Tudor (Opinião)
15/11/2019 by Lígia
Sinopse:
Um thriller com uma atmosfera densa e viciante que se passa em
dois registos, em 1986 e nos nossos dias. A trama tem origem em 1986 e após um
hiato de trinta anos, o passado surge para transformar a vida de Eddie.
As influências de Stephen King e o toque de Irvine Welsh, conferem ao livro não só um tipo de narrativa diferente como um suspense ao limite. Contribui também para que a história tenha um desfecho muito «real» e chocante.
As influências de Stephen King e o toque de Irvine Welsh, conferem ao livro não só um tipo de narrativa diferente como um suspense ao limite. Contribui também para que a história tenha um desfecho muito «real» e chocante.
"O
Homem de Giz" conta-nos a história de um grupo de crianças, não poupando
nos pormenores sociais onde estão inseridos e em como as influências de
famílias disfuncionais, contribuem para exacerbar o imaginário infantil.
Autor:
C. J.
Tudor é natural de Salisbury e cresceu em Nottingham, onde ainda vive com o
companheiro e a filha pequena. O seu amor pela escrita, em especial pelo
macabro e pelo sinistro, manifestou-se desde cedo. Enquanto os jovens da sua
idade liam Judy Blume, ela devorava as obras de Stephen King e de James Herbet.
Ao longo dos anos, envolveu-se em tarefas tão diferentes como jornalista estagiária, empregada de mesa, autora de textos radiofónicos, caixeira de loja, voz off, apresentadora de televisão, redactora publicitária e agora escritora. Vencedora da competição nacional de escrita de Twenty7 no 2016, "O Homem de Giz" é o seu primeiro livro.
Ao longo dos anos, envolveu-se em tarefas tão diferentes como jornalista estagiária, empregada de mesa, autora de textos radiofónicos, caixeira de loja, voz off, apresentadora de televisão, redactora publicitária e agora escritora. Vencedora da competição nacional de escrita de Twenty7 no 2016, "O Homem de Giz" é o seu primeiro livro.
Opinião:
Tinha esta obra na prateleira desde o ano passado,
quando foi lançada. Desta vez a minha estratégia foi diferente… quando estou
numa expetativa enorme de alguma obra, geralmente fico desiludida. Propositadamente
deixei o tempo “passar”, esqueci as opiniões de outros leitores e finalmente no
mês passado li a obra.
E ainda bem que o fiz, como a velhice não perdoa, não
me lembrava absolutamente de nada do que se tinha escrito e falado sobre “O
Homem de Giz”, e adorei a obra. Tenho de usar mais vezes esta “estratégia” em
obras muito “faladas”.
Adorei a obra, porque tudo o que neste thriller pudesse
ficar “pendente” e nos levasse a pensar algo: “Como é que isto surgiu e o autor
não desvendou, nem fez mais referências” ou “Isto não faz qualquer sentido”, felizmente
não aconteceu. O que quero dizer, é que muitas das vezes os autores aparecem
com situações vindas do nada e não esclarecem como isso aconteceu. Conforme
cada peça vai aparecendo neste imenso puzzle que é um thriller, até tudo se
desvendar, lembrei-me várias vezes de uma conversa que tive com a nossa amiga
Paula, com a obra “A Paciente Silenciosa”. Embora para mim tenha sido uma obra
excecional, concordei com a Paula que em certas alturas alguns acontecimentos
não foram explicados ou foram mal explicados. Algo que não aconteceu no “O Homem
de Giz”.
A escrita é muito fluída e de fácil leitura,
rapidamente terminamos e ficamos com aquele gostinho de querermos ler mais
obras desta autora. O que me fez abrir mais uma vez os cordões à bolsa e
comprar a obra que saiu este ano (“Levaram Annie Thorne”).
Ao longo da leitura somos “transportados” para os anos
de 1986 e 2016, e acompanhamos o mistério de um grupo de 5 amigos
pré-adolescentes que se reencontraram em adultos, que envolvia umas marcas de
giz. A certa altura apercebi-me como as “asneiras” destas crianças com receio
de serem castigadas pelos adultos, as fizeram tirar conclusões e atitudes erradas,
e o arrependimento que sentem de que podiam ter feito tudo de forma diferente.
Penso que nisso todos nos revemos, em “coisas” mais ou
menos sérias, que nos arrependemos agora em adultos de as termos feito em
crianças. Também gostei da forma como descreveu a curiosidade destas crianças,
desta vez fez-me lembrar a curiosidade maluca que o meu filho tem, por “coisas”
que não lhe dizem respeito (eheheh).
Resumindo, gostei muito de todo este mistério, a autora
conseguiu despertar a minha curiosidade a cada página que lia e fez a minha
imaginação divagar na tentativa de resolver este mistério.