Sinopse
Numa manhã fustigada pelo mau tempo, Heidi Wood vê numa estação de comboios uma adolescente com um bebé ao colo. A partir desse momento, essa imagem não lhe sai da cabeça.
Quando, dias mais tarde, volta a encontrar a rapariga com a bebé, Heidi decide ajudá-las e leva-as para sua casa. Chris, o marido de Heidi, assim como a filha, Zoe, opõem-se em absoluto à ideia de esta jovem, que diz chamar-se Willow, ficar em sua casa, temendo que ela possa ser uma criminosa. No entanto, Heidi não lhes dá ouvidos e, à medida que o tempo passa, sente que não pode abandonar a rapariga, e acima de tudo a sua bebé, por quem nutre um sentimento maternal fora do comum.
Entretanto, começam a aparecer pistas sobre o passado de Willow que farão com que a história ganhe contornos perturbadores. Que segredos guardará esta rapariga cujo passado esconde a todo o custo?

Opinião
Fatalista. Cruel. Multidimensional.
Não conhecia a escrita de Mary Kubica, mas fiquei seu admirador.
Os temas abordados nesta obra vêm sendo cada vez mais explorados. Temas que abarcam a violência doméstica, o abuso sexual, a infelicidade pessoal, a incompatibilidade familiar e, principalmente, este sim um assunto algo diferente, o cruzamento entre o mundo interior de cada personagem e o mundo comum a todos eles. A verdade é que, julgo, as abordagens a estes tópicos têm sido mais regulares pelo facto de haver uma aposta mais séria pelos editores relativamente a escritoras (sim, no feminino) que são especialistas no thriller psicológico. Elas, as mulheres, como é lógico, têm uma sensibilidade e uma antipatia por temas que mexem com a consciência das crianças e das outras mulheres. Talvez por isso não haja uma grande novidade no que diz respeito à matéria abordada.
Agora, esse facto não é impeditivo de eu achar "Vidas Roubadas" um livro espectacular. Na realidade, tem tudo: mistério, acção, dimensão, profundidade, objectividade. E penso que todos os livros de Kubica serão assim, tão fortes quanto deliberados. Por isso lerei todos eles.
Esta é uma escritora que sabe escrever. É exímia na transmissão de uma mensagem. Tem timing; tem feeling: tem projecção. Kubica narra como se tivesse um megafone. Chega onde quer chegar, faz-se escutar. Deduzo que possua uma personalidade forte, uma vez que a sua escrita também possui.
"Vidas Roubadas" trata-se de uma obra excelente que me cativou e me prendeu até nada mais dela restar.


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