Sinopse
Desde o seu regresso da Irlanda, Diane virou a página da sua tumultuosa história com Edward, determinada a reconstruir sua vida em Paris. Com a ajuda do seu amigo Felix, lança-se de cabeça na compra e abertura do seu café literário. E é aí, em As pessoas felizes lêem e bebem café, o seu refúgio, que conhece Olivier. É simpático, atencioso e principalmente compreende e aceite a sua recusa em ser mãe novamente. Diane sabe que nunca vai se recuperar da perda da sua filha.
No entanto, um evento inesperado muda tudo: as certezas de Diane, as suas escolhas, pelas quais tanto lutou, vão entrar em colapso, uma após a outra.
Será que Diane tem a coragem necessária para aceitar um outro caminho?

Opinião
Simples. Delicado. Emocional.
Só quando ia a meio do livro é que percebi que havia um outro que o antecedia, publicado por outra editora. Ou seja, havia uma história anteriormente contada que provocava a nova história neste narrada. Depois lembrei-me que a Paula tinha lido o dito cujo: "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" - ao associar parte do local da acção ao título invulgar que terá ficado algures na minha inconsciência. Para começar, devo assumir que é óptimo o facto de eu ter percebido tão tarde que "A vida não é fácil, não te preocupes" não era uma história isolada. Ainda assim, um livro é independente do outro. E a autora revela-se brilhante nesse aspecto, pois estamos tão entranhados na pele da personagem principal que parece que não precisamos de saber mais nada a não ser o que é alusivo ao momento que nos é narrado - o que nos é dado em cada instante já nos consome quanto baste. Fui, então, espreitar a opinião da Paula aqui. E não fiquei admirado com ela.
A vida de Diane é simples. O livro também o é. Aliás, esta é uma daquelas obras em que sentimos que a simplicidade é uma vantagem relativamente a um texto mais complexo ou elaborado. Neste caso aplica-se impecavelmente a velha máxima less is more. Os pensamentos dela são puros e brutos, belos e desoladores, instantâneos e fiéis. Toda a narrativa provoca sensações antagónicas, mas vi-me sempre do lado de Diane; exprimir-lhe-ia toda a minha solidariedade e compaixão por tudo o que ela terá passado se um dia a conhecesse - a ela ou a alguém como ela. É esta a verdadeira essência da obra. É de tal forma empática que jamais deixaria de estar do lado da autora, dos personagens e dos sentimentos que correm nestas páginas - sim, porque eles correm como um rio, desaguando sempre no mesmo ponto. É esta ligação que me fez gostar tanto deste livro. É isto que nos faz sentir vivos, por vezes tristes, por vezes desconfortáveis, por vezes inseguros, mas vivos.
"A vida é fácil, não te preocupes" é uma bomba, uma verdadeira mescla de emoções.


4 comentários:

    Quando for grande quero saber escrever sobre um livro assim como tu, adorei a opinião :)

     
    On 14 abril, 2016 Vasco disse...

    Oh oh oh, agradeço as tuas palavras, Odete, mas tu já és grande e sabes fazer melhor do que ninguém tudo a que te propões.

     

    Em algumas coisas sim, mas não a escrever, admito, mas não se pode saber fazer tudo, é assim a vida, mas sou feliz na mesma, eh eh eh beijinhos Vasco :)

     
    On 14 abril, 2016 Vasco disse...

    Não sejas demasiado modesta. Bjs :D

     

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